“É preciso atuar de forma coordenada na prevenção, só assim os números da violência contra as mulheres deixarão de ser a triste realidade dos dias de hoje”
Palavras da Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade na Covilhã no seminário “Igualdade de género na agenda local – perspetiva de género nas políticas municipais, segurança e prevenção de violência no Espaço Público”, organizado pela Coolabora.
“Em 2017”, divulgou a governante, “foram apresentadas 408 queixas de violação e foram detidos 53 indivíduos, sendo certo que o número de crimes será superior uma vez que muitas das vítimas não apresentam queixa, referiu Rosa Monteiro. “Crimes que têm claramente marca de género, já que a totalidade dos detidos eram homens e as vítimas mulheres”, explicou.
Com dados que adiantam que 24% das mulheres já foram vítimas de assédio, afirma que “é preciso atuar de forma coordenada na prevenção, para diminuir o risco, e olhar para setores para onde tradicionalmente não estamos habituados a fazê-lo”, disse Rosa Monteiro.
“Olhar o urbanismo, tornando as cidades mais seguras e dando às mulheres uma maior perceção de segurança é fundamental”, avançou a governante. “Os sistemas de transporte são um bom exemplo do que é preciso fazer” e deu exemplos de boas práticas que se devem adotar. “Em Vigo os taxistas só arrancam após as mulheres entrarem em casa, no México adotou um sistema de largada entre paragens à noite para mulheres, em Berlim há estacionamentos para mulheres em zonas mais iluminadas e próximos de estações para as mulheres não fazerem percursos longos à noite”.
A governante apresentou na Covilhã o objetivo de até 2030 ter em Portugal todos os espaços públicos inclusivos para os grupos mais vulneráveis da sociedade. A ideia disse, “é criar trabalho em rede e apertar cada vez mais a malha para que não deixe passar nada”.
Um trabalho em rede que já existe na região. A governante considerou o trabalho desenvolvido na Cova da Beira, nos municípios da Covilhã, Belmonte e Fundão exemplar, “porque há décadas trabalham estas políticas”. Um trabalho que no terreno é desenvolvido pelos três municípios em parceria com a cooperativa de apoio à vítima Coolabora.