Pires Manso defende discrepâncias enormes entre os municípios portugueses

“São urgentes políticas públicas que promovam o desenvolvimento equilibrado do país sob pena de uma grande parte dele virar coutada de caça para estrangeiros e endinheirados do Litoral”, é uma das conclusões de Pires Manso, Coordenador do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da UBI aos preços da habitação em Portugal tornados públicos a 30 de outubro

Segundo os dados em Lisboa, Cascais, Loulé, Oeiras, Lagos, Albufeira e Tavira registaram preços medianos de habitação superiores a 1500 €/m2, e o Porto viu aumentar os preços em +24,7%, os valores na ‘Beira Interior’ alargada a Viseu ficam-se entre os 527 €/m2 da sub-região da Beira Baixa, os 484 das Beiras e Serra da Estrela e os 638 de Viseu Dão Lafões.


Para Pires Manso é de “notar que todos os 30 municípios com valores medianos mais elevados estão localizados no litoral nenhum pertencendo ao interior do país e que os 30 com piores medianas todos eles são dos Açores (2), Norte (10), Centro (13), Alentejo (4) e Madeira (1). E ainda que dos 13 da R. Centro 6 são das Beiras e Serra da Estrela, 3 da Beira Baixa os restantes 4 são de outras regiões”.

Análise dos dados para a Beira Interior Alargada (Guarda, Castelo Branco e Viseu) os preços medianos oscilam, entre os 152 €/m2 de F. C. Rodrigo e 168 de Penamacor, os mais baixos, e os valores dos concelhos de Castelo Branco – 603 €/m2, Guarda – 609, Covilhã – 611 e Viseu – 813€/m2 os mais altos.

Para Pires Manso os valores “mostram discrepâncias enormes entre os 308 municípios portugueses o que tem que ver com as grandes diferenças de níveis de desenvolvimento do País. Os dados mostram amplitudes demasiado grandes entre os gigantescos preços por m2 do litoral do país e os diminutos preços medianos por m2 do Interior do país”.

A análise “remete para a necessidade imperiosa de promover o desenvolvimento económico-social do interior do país, de aí instalar empresas e serviços – nacionais ou multinacionais – e de aí criar empregos/postos de trabalho que atraiam gente jovem – nacional ou estrangeira – pois só dessa forma ela se fixará na imensa região do inland, que ocupa certamente 75% a 80% do território nacional, isto antes que essa imensa área se converta numa vasta coutada para estrangeiros e para os habitantes endinheirados do litoral irem fazer as suas caçadas” refere o coordenador do observatório económico e social da UBI.