Câmara da Covilhã homenageia Fernando Lopes-Graça

No próximo fim-de-semana a Câmara Municipal da Covilhã realiza um conjunto de atividades destinadas a homenagear o maestro Fernando Lopes-Graça. A homenagem tem inicio no sábado, às 21h00, no salão nobre da Câmara Municipal da Covilhã, com um concerto em que que as principais criações de Lopes-Graça serão interpretadas por Alexandre Weffort na flauta e João Paulo Cunha ao piano, no espetáculo participa ainda o coro do Orfeão da Covilhã, sob a direção do maestro Paulo Serra.

No domingo, as atividades prosseguem na Casa da Cultura José Marmelo e Silva, no Paul, às 15h00, com a palestra “A Recolha de Canções Tradicionais do Paul por Fernando Lopes-Graça: 70 Anos Depois”, pelo orador Alexandre Weffort. Ao longo da tarde irão autuar as Adufeiras da Casa do Povo do Paul e as Adufeiras do Grupo de Danças e Cantares do Paul.


Recorde-se que Fernando Lopes-Graça foi um compositor e ensaísta musical português que durante a sua juventude colaborou com as personalidades literárias mais influentes da época, na revista Presença. Após este período, partiu para Paris, onde fez, na Sorbonne, estudos de Musicologia.

Lopes-Graça exerceu intensa atividade como compositor, crítico, pianista, publicista e conferencista. Foi autor de numerosas obras para orquestra e para piano, e ainda de bailados, música coral, ciclos de canções, etc. De orientação nacionalista, procurou aliar a grande tradição da música clássica e orquestral aos elementos rítmicos e melódicos do folclore português, a que aliás dedicou valiosos estudos.

O fim do Estado Novo traduziu-se no reconhecimento oficial da importância de Lopes-Graça para a cultura portuguesa através de diversas homenagens, da divulgação da sua obra reeditada ao longo das décadas de 70 e de 80 do século passado, com a edição de vários dos seus livros e a gravação em disco de um considerável número de obras da sua autoria.

Os anos transcorridos desde 1974 até ao seu falecimento, (em 94) foram para Lopes-Graça criativamente muito férteis. São prova disso as duas sonatas para piano e um quarteto, o impressionante “Requiem para as vítimas do fascismo em Portugal” (1979) e as “Sete predicações de “Os Lusíadas” (1980), o bailado “Dançares”, uma sinfonia para orquestra de formação clássica, numerosas canções, composições instrumentais mais breves e peças de circunstância. e