“Viver a Quaresma” no Teixoso revive tradições

Mostrar aos jovens as tradições de outros tempos no Teixoso, é um dos objetivos que, a Comissão da Fábrica da Igreja daquela vila e o grupo de catequistas, pretende atingir com o programa “Viver a Quaresma”. No seu todo engloba um ciclo de procissões, algumas que há 80 anos não se realizavam” e que agora serão revividas no período quaresmal.

Uma realização só possível “graças á camada jovem de catequistas”, disse na conferência de imprensa de apresentação do evento, Mário Tavares, da Comissão Fabriqueira da Igreja. Para o responsável, a juventude “permite por de pé estas realizações para mostrar o que era o Teixoso antigamente”.


Algumas das recriações remontam ao sec. XVI, caso da Procissão dos Terceiros, que se começou a realizar na Vila logo após a implementação da Ordem Terceira, mas que “desde os anos 40 não saía à rua”, explicou Carlos Madaleno, membro da organização do evento. Esta realização, a 17 de março, marca o arranque do programa, e “será o seu ponto alto”, terá duas componentes distintas, “uma recriada por figurantes” outra por figuras “transportadas em andores”, num total de mais de “150 elementos” explicou ainda o historiador. As figuras e figurantes irão recriar a História da Ordem, mas também quadros do Antigo e Novo Testamento.

No programa consta ainda a “procissão com o Senhor dos Passos”, composta por 3 momentos diferentes. Uma procissão na sexta-feira à noite, dia 22 de março, outra no sábado, 23 de março, e no domingo, 24 de março, esta com a presença do Bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício. O “Regrar dos Passos” é outra “tradição com origem franciscana”, que no concelho da Covilhã “só se realiza no Teixoso” e que irá decorrer diariamente de 17 a 23 de março, salientou Carlos Madaleno.

Durante a Semana Santa o destaque vai para o “Encomendar das Almas”, e para a procissão do “Enterro do Senhor”, na Sexta-feira Santa, um evento que há cerca de 60 anos não se realizava naquela vila.

Trata-se de um programa para “viver com fé”, salientou o Padre Alberto, o pároco da vila e para mostrar “o património imaterial valioso que é a identidade da fé do teixosense”, complementou Carlos Madaleno.