A Assembleia Municipal da Covilhã aprovou na sexta-feira, por unanimidade, um voto contra a continuidade da Central de Almaraz, que fica a 100 quilómetros de Portugal.
O voto foi apresentado por Luís Fiadeiro, eleito pelo movimento “De Novo Covilhã”, que sublinhou a proximidade da Covilhã relativamente àquela central e reiterou a preocupação pelas eventuais consequências que se verificarão numa situação de desastre. “Em caso de acidente nuclear, Portugal será seriamente afetado com repercussões inimagináveis e a Covilhã tão perto”, destacou. Afirmando que “não pode, nem deve a Central de Almaraz continuar a funcionar. Não devendo, nem podendo ser prorrogada a licença para o seu funcionamento”, frisou.
Luís Fiadeiro defendeu que o Governo português tem de ser ouvido no processo e que é preciso chegar a um “entendimento” com Espanha para se adotarem “medidas adequadas, com o objetivo de não autorizar a continuidade desta central, que está a atingir 40 anos”.
O PS associou-se sem reservas a este voto de louvor, lembrando que a Assembleia Municipal já aprovou anteriormente uma moção no mesmo sentido e reiterando que “enquanto a situação não estiver resolvida nunca é demais relembrá-la”, afirmou Hélio Fazendeiro.
Recordar que os proprietários da central nuclear espanhola de Almaraz chegaram a um acordo para pedir, até final do mês, a renovação da licença de exploração até 2028, segundo fontes citadas pela agência de notícias espanhola EFE.
O acordo respeita o estipulado no protocolo assinado há semanas com a Enresa, a empresa pública responsável pela gestão dos resíduos radioativos, que prevê o encerramento de todos as centrais nucleares espanholas entre 2025 e 2035.