Ordem dos Médicos descontente com distribuição de vagas na região Centro

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) reagiu, em comunicado, com “descontentamento e preocupação” à atribuição de 15 vagas para assistente graduado sénior aos hospitais da região, quando tinham sido identificadas 110.

Na nota reclama a publicação dos critérios utilizados pelo Ministério da Saúde na distribuição das vagas para o concurso de assistente graduado sénior (a categoria de topo na carreira médica do Serviço Nacional de Saúde) e repudia a escassez de vagas para a região. Segundo a fonte, “das 200 vagas a concurso, apenas 15 vagas estão disponíveis para seis unidades hospitalares da região Centro”.

Os serviços e os estabelecimentos de saúde contemplados na região Centro foram: Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (uma vaga Ginecologia/Obstetrícia); Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (nove vagas para Cardiologia Pediátrica, Endocrinologia/Nutrição, Gastrenterologia, Hematologia Clínica, Imuno-Hemoterapia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Pediatria e Urologia); Centro Hospitalar Baixo Vouga (uma vaga Anestesiologia e outra Medicina Interna); Instituto Português de Oncologia de Coimbra (uma vaga Urologia); Centro Hospitalar de Leiria (uma vaga Psiquiatria)e Centro Hospitalar Tondela – Viseu (uma vaga Hematologia Clínica).

O presidente da SRC da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, refere no comunicado que o processo de distribuição das vagas “tem de ser transparente”. Nesse sentido, o responsável exige que o Ministério da Saúde “publicite os critérios subjacentes a estas vagas que estão desajustadas face à realidade, uma vez que tinham sido identificadas 110 vagas para esta categoria”.

Segundo o dirigente, “ao abrir apenas 15 vagas, o Ministério da Saúde não investe nas carreiras médicas, nem na qualificação dos serviços e demonstra uma evidente falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) da região Centro”. “Não podemos afirmar, num dia, que são necessários médicos para as zonas mais carenciadas do país e, no outro, não dar condições para a estruturação dos serviços”, critica.

Para Carlos Cortes, “autorizar este número é, por um lado, contribuir para o desequilíbrio das equipas médicas e, por outro, promover o esvaziamento do SNS”. “É inaceitável este abandono da região Centro por parte do Ministério da Saúde. Exigimos rigor e transparência”, finaliza o responsável, na nota.