Guiné-Bissau: Estudantes de medicina da UBI estão em segurança

O grupo de seis estudantes do 5º ano de medicina da Universidade da Beira Interior, que está a realizar uma ação de voluntariado na Guiné-Bissau “está bem e em segurança”, disse à RCC Raquel Serrano. Recorde-se que a situação politica naquele país é de “quase golpe de estado”, com militares na rua e uma situação muito tensa em especial na capital Bissau.

O grupo da UBI partiu no dia 7 de fevereiro, para um período de estágio clínico, ao abrigo de um protocolo estabelecido entre a universidade e a missão católica de Cumura, que engloba dois hospitais, um centro materno infantil e um centro de internamento de infeciologia.

No momento o grupo encontra-se em segurança, em Cumura, uma localidade perto de Bissau. Segundo Raquel Serrano, que integra o grupo, “a população em Cumura está tranquila, está a par de tudo, não está nada muito agitado, estão todos a lidar com calma e ponderação, face aos acontecimentos”.

Segundo o relato à nossa reportagem, os jovens encontravam-se ontem em Bissau e “aperceberam-se da agitação na rua, com vários militares e polícia espalhados, sendo que só no início da noite é que a tensão aumentou” e foram “aconselhados a regressar à comunidade de Cumura onde estão alojados”, referiu a aluna, salientando que nunca assistiram a nenhum sinal de agressão ou violência.

A viagem de regresso para Portugal está agendada para dia 6 de março e o grupo de estudantes não alterou a data, pretende manter o estipulado e “espera que a viagem corra sem qualquer interferência”. A reitoria da UBI encontra-se a par da situação e em comunicação com os jovens. Caso não consigam regressar no dia estipulado, Raquel Serrano afirma que irão continuar na missão, até que consigam providenciar transporte de volta.

Recordar que a Guiné-Bissau passa neste momento por um período de agitação política já que, o autoproclamado Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, demitiu Aristides Gomes do cargo de primeiro-ministro e nomeou Nuno Nabian para o substituir, num decreto presidencial divulgado à imprensa.

O primeiro-ministro agora indigitado é o líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), que fazia parte da coligação do Governo, mas que apoiou Sissoco Embaló na segunda volta das presidenciais.

Nabian é também primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular e foi nessa qualidade que indigitou simbolicamente Sissoco Embaló como Presidente na quinta-feira passada, numa cerimónia realizada num hotel da capital guineense, qualificada como “golpe de Estado” pelo Governo guineense.

Embaló demitiu Aristides Gomes do cargo de primeiro-ministro, justificou a demissão de Aristides Gomes com a sua “atuação grave e inapropriada” por convocar o corpo diplomático presente no país, induzindo-o a não comparecer na tomada de posse e a “apelar à guerra e sublevação em caso da investidura do chefe de Estado, que considera um golpe de Estado”.

Face a toda a situação em Bissau a jovem Raquel Serrano afirma que o grupo se sente “completamente em segurança”.