Mobilidade: CDS-PP suspeita que autarquia pode (“de certo modo”) estar a negociar concessão

A Câmara Municipal da Covilhã pode “de certo modo” estar a fazer um contrato à medida de determinada empresa, foi a acusação que José Luiz Adriano deixou no ar, no final da reunião privada da Câmara Municipal da Covilhã, depois de questionado pelos jornalistas, sobre as dúvidas que levantou acerca da concessão do Sistema de Mobilidade da Covilhã.

O vereador afirma que “a dúvida é até que ponto não há manobras politicas posteriores, negociadas entre a autarquia e as diferentes entidades” e questionado se a afirmação era no sentido de o concurso estar a ser feito para determinada empresa, responde “de certo modo”, esclarecendo que pensa assim “pelo que lê no relatório e depois pela informação que passa na imprensa”, concluindo que “há ali aspetos que ainda são depois trabalhados a posteriori”, afirmou.

Para além desta crítica, o vereador afirma que “falta certezas quanto às isenções” e outros aspetos, que mesmo “estando no caderno de encargos”, reconheceu, “não passam assim para o público”, vincando que “politicamente fazem-se afirmações que parece que o importante é aprovar o plano”.

O vereador especificou ainda que seria importante “uma maior intervenção da sociedade civil” e mostrou receio que o concurso “possa ficar sem candidatos”, porque “é muito problemático na interligação das diferentes formas de mobilidade”, referiu.

Recorde-se que em agosto, o CDS-PP votou favoravelmente o sistema de mobilidade, esta manhã absteve-se, justificando a alteração ao voto “com a falta de debate que existiu em torno do projeto, principalmente na sociedade civil”, disse José Luiz Adriano aos jornalistas, afirmando que em agosto “considerou que era o momento de refletir, discutir e começar a elaborar um plano que fosse benéfico” e verificou que depois “não houve esse momento de discussão”.