Confeções: Empresas estão a “roubar” direitos e há salários de março em atraso

A pandemia está a servir para “roubar direitos aos trabalhadores e não pagar salários”, acusa o Sindicato Têxtil da Beira Baixa, STBB, em comunicado, avançando que na região há 3 confeções que não pagaram o salário de março aos seus funcionários.

Segundo o documento a situação verifica-se na empresa Lanifato, em Belmonte, cujas funcionárias estão em casa desde 20 de março “inicialmente para 15 dias úteis de férias” para depois entrar “lay-off”. Uma situação “ilegal”, mas as trabalhadoras aceitaram com medo de perder o posto de trabalho”, vinca do sindicato. Findo o prazo de férias e questionada a empresa sobre a real situação responde que “não sabe” o que causa estranheza ao sindicato que questiona “como é que a empresa não sabe se colocou ou não o requerimento para o lay-off à Segurança Social?”, já sobre o vencimento diz “não ter condições e que quando puder paga”.

O Sindicato afirma que “quem assim atua só pode ser gente desprovida dos princípios de humanidade, sem consciência, que não hesita em se servir de uma pandemia e da dor alheia para continuar a defender os seus interesses mesquinhos”.

O STBB denuncia ainda mais duas situações, a confeção Dalina em Castelo Branco, que também deve o salário de março, dando como justificação a não aprovação de uma linha de crédito e a empresa Unideco, em Penamacor, que pertence aos empresários detentores da Lanifato e está na mesma situação.

O Sindicato Têxtil da Beira Baixa termina o comunicado afirmando que “a Autoridade para as Condições do Trabalho, ACT, está a intervir e terá de cumprir com a sua função e obrigar ao cumprimento da lei”.