Há discrepâncias entre os números divulgados no boletim da DGS e os dados revelados pelas entidades locais de saúde, reconheceu hoje Graça Freitas, diretora-geral da saúde, tal como a RCC já tinha alertado diversas vezes.
O tema voltou hoje a estar em discussão na conferencia de imprensa diária e a diretora-geral da saúde considerou que os dados recolhidos nos concelhos sobre infetados com Covid-19 “são mais finos e precisos”, mas que a nível nacional os números estão “o mais próximos possível da realidade”.
Graça Freitas foi questionada sobre discrepâncias com números de pessoas infetadas com o novo coronavírus, nomeadamente sobre o presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, ter novamente levantado dúvidas à veracidade dos números divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no sábado, referindo que há mais infetados do que os indicados no boletim.
Graça Freitas explicou o processo de recolha dos dados, que usa várias plataformas e não é automático, e que também acontece frequentemente que a morada do paciente no registo nacional do utente não corresponde efetivamente ao sítio onde vive, o que pode dar origem a erros.
A diretora-geral da Saúde disse, contudo, que ao nível nacional, do país, os “números estão o mais próximos possível da realidade”, uma vez que são os médicos e os laboratórios de análise que notificam dos infetados e é feito o trabalho de juntar as duas bases de dados para não contar duas vezes o mesmo doente.
“Para efeitos de ação, de vigilância epidemiológica, para efeitos de intervenção, os dados do concelho são mais finos e mais precisos do que os nossos. O que nós fazemos no boletim é que, à medida que os concelhos nos vão dando informação, também vamos afinando a nossa e os dados que aparecem no boletim nacional por concelho vão sendo melhorados dia a dia”, afirmou.
Já nos óbitos por Covid-19, indicou, tal problema não acontece porque o processo é centralizado e eletrónico