“O Tatuador de Auschwitz”: uma história onde o amor supera o terror

Cultura do mês: Literatura

Quando Lale chegou a Auschwitz, não passava de um mero prisioneiro. Contudo, depois de se tornar num tatuador do campo de concentração, conheceu o seu amor, Gita. 


“O Tatuador de Auschwitz” é um romance intemporal da autora neozelandesa Heather Morris. É uma obra que, facilmente, consegue segurar o leitor e fazer com que este arrisque e viaje no tempo e no espaço, até 1942, durante a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto. Acima de tudo, é um livro que consegue transmitir, na sua verdadeira essência, como funciona o comportamento do ser humano e até onde este consegue chegar, revelando, de forma emocionante, o melhor e o pior da natureza humana.

Baseado numa história verídica, a autora começou a desenvolver este romance após vários encontros com Ludwig Eisenberg, o protagonista. A obra descreve a admirável história de vida de Lale Sokolov, originalmente Ludwig Eisenberg, judeu e nascido na Eslováquia, em 1916. A 23 de abril de 1942 foi levado para Auschwitz, um dos campos de concentração operado pelo III Reich, localizado na Polonia. Porém, já no seu interior, Lale conhece o amor da sua vida, Gita. 

Na sua chegada, Lale foi tatuado com o número “32407”. Era mais um no meio de tantos prisioneiros. Começou por trabalhar na construção do campo, contudo, depois de adoecer, conseguiu, através de um amigo, tornar-se tatuador (“tetovierer”). Apesar de não ser um trabalho agradável, foi como tatuador que Lale conheceu o seu grande amor, Gita. A partir de então, a chama existente entre ambos foi crescendo. Juntos, conseguiram desenvolver uma história de amor, lutando e superando todos os obstáculos angustiantes que foram surgindo.

A história desenrola-se ao longo de três anos e, por isso, o leitor vai ter a oportunidade de ir acompanhando o romance entre Lale e Gina e perceber que o amor entre ambos também teve alguns contratempos, passando por vários sacrifícios. Contudo, conseguiram dar a volta e seguir em frente com a sua história de amor, acreditando na esperança de um futuro melhor.Quando, finalmente, o campo de concentração foi libertado, Lale e Gita perderam o rasto um do outro. Porém, o amor existente entre ambos permaneceu e a vida voltou a uni-los de novo.

-Rodrigo Clemente