“Os Verdes” lembra 10 anos de Fukushima e questiona: “E se fosse Almaraz?”

Assinalam-se hoje 10 anos do fortíssimo abalo sísmico, ocorrido a 11 de março de 2011, no Japão, seguido de tsunami na costa do Pacífico, que teve “efeitos devastadores e catastróficos, entre os quais a explosão de reatores da central nuclear de Fukushima, no dia seguinte, decorrente de incapacidade de resistência do sistema de refrigeração”, descreve o partido ecologista.

Para assinalar a data e realçar o perigo “à nossa porta” que representa a central nuclear de Almaraz, “Os Verdes” irá desenvolver iniciativas reafirmando: ”Nuclear. Não obrigado!” e questionando “e se fosse em Almaraz?”.


Em nota de imprensa o partido relembra que do acidente nuclear de Fukushima, resultaram “150.000 pessoas refugiadas, dentro do seu próprio país, de forma a salvaguardarem-se do perigo radioativo mortífero”. A partir de então, foi criado um perímetro em torno da central, que ainda hoje se mantém, sem que as pessoas pudessem regressar às suas habitações, foram contaminados diretamente pela central 28 milhões de metros cúbicos de solo radioativo, “um desastre nuclear que provocou biliões de euros de prejuízos e continua a ter grandes custos decorrentes da descontaminação, que irá perdurar por anos e anos”, sustenta.

“Para além do perigo para a própria humanidade, o nuclear, que utiliza como principal matéria-prima urânio, não é uma fonte de energia limpa, nem barata, nem mesmo considerada uma fonte de energia renovável”, refere o partido que traça um paralelo com o que pode ocorrer nesta região.

A Central Nuclear de Almaraz “é um perigo à nossa porta”, em particular para a região de Castelo Branco e de Portalegre, “pela sua proximidade, bem como para as demais populações ribeirinhas do Tejo (Santarém, Setúbal e Lisboa)”, refere o partido.

O partido recorda as inúmeras iniciativas que já organizou, como por exemplo, a recolha de 5.000 postais, junto das populações de Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Setúbal e Lisboa e a entrega dos mesmos ao Governo português e de Espanha, exigindo o enceramento de Almaraz por esta central, que deveria ter fechado em 2010, não apresentar condições de segurança.