Tinte Velho: Autarquia lamenta demolição mas nada podia fazer

A Câmara Municipal da Covilhã lamenta a demolição do “Tinte Velho” mas nada podia fazer. “Este processo teve contornos que ultrapassam a autarquia”, vincou Vítor Pereira.

O autarca falou aos jornalistas após a reunião privada do executivo em que o tema foi introduzido por Adolfo Mesquita Nunes, vereador do CDS. No período antes da ordem do dia quis saber qual o papel da câmara neste processo e recomendou que, por “inércia do Estado ou da Autarquia”, não voltem a acontecer situações como esta.


Vítor Pereira, recordou o processo de classificação de património de interesse nacional. Foi iniciado em 2005, caducou em 2009 e foi reaberto em 2014 pela Direção Geral da Cultura, que o remeteu para a CMC a 13 de maio de 2020, sob a forma de recomendação de classificação de interesse municipal, “por não ter interesse nacional”, disse.

Vítor Pereira vincou ainda que o seu executivo “está empenhado” em “preservar” o património de “relevante interesse cultural, arquitetónico, histórico e industrial, mas não pode ultrapassar a lei”, e deu como exemplo os processos de classificação do New Hand Lab, Palacete do Jardim e Conjunto Industrial da Carpinteira.

Questionado sobre o investimento a nascer neste local e a emissão de licença, o autarca confirmou que quando a recomendação de classificação chegou já tinha sido emitida, especificando que o vereador do urbanismo, “mais não podia fazer” que “sensibilizar” os proprietários para “tentar preservar, no mínimo, a memória da existência daquele edifício e assim vai ser” frisou, avançando que ali “vai ficar uma parede em pedra e uma placa a fazer alusão ao Tinte Velho”.

Sobre a acusação de inércia do município, Vítor Pereira frisa que “não pode agilizar uma recomendação que desconhece”, lamentando que a “a máquina administrativa do estado seja pesada” e não tenha “uma roda redonda mas quadrada”.

Para o local está prevista a edificação de uma residência estudantil, disse ainda o presidente, frisando que é um investimento privado de um dos vários investidores que estão a requalificar aquele local.