Diafragma: Cruzamento de muitos olhares que merece um olhar atento

“Diversidade” é a palavra mais usada para descrever as várias exposições que estão a decorrer na Covilhã e no Paul no âmbito do Diafragma – Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais da Covilhã, que tem como tema “Há só uma Terra” e que pretende “alertar para a urgência de mudar comportamentos”, disse na abertura o diretor artístico do certame.

Para o também curador geral do festival, Nelson Marmelo e Silva, este tem um propósito cultural e não serve para “entreter” mas para “alertar” para a “urgência de mudar comportamentos”, salientando que o tema escolhido teve exatamente esse propósito.


Defende ainda que em todas as exposições há lugar para a “diversidade e criatividade”, com “muitos olhares” que se cruzam nas exposições e que merecem um olhar atento.

Regina Gouveia, vereadora com o pelouro da cultura na autarquia, afirma que é um “privilégio” para a Covilhã receber obras e artistas desta qualidade, realçando o trabalho dos curadores que o tornaram possível.

Para a vereadora há “olhares poéticos e objetivos” sobre uma realidade que nos mostra que “temos o dever de agir”, disse durante a cerimónia de inauguração.

Os “olhares” diferentes de cada fotógrafo estão patentes neste festival, defendem os artistas que estão a participar.

Jorge Bacelar, um dos fotógrafos com obras na Tinturaria, médico veterinário de profissão, disse à RCC que na sua fotografia mostra “o mundo rural da forma como o vê”. Sobre a exposição refere que “há vários olhares porque cada fotógrafo tem o seu”, sustentando que um festival tem sempre essa vertente aliciante.

Para Jorge Bacelar é sempre bom “ver municípios que apostam na fotografia, como está a fazer a Covilhã”.

Já Duarte Belo, arquiteto que “há mais de 30 anos regista o espaço português”, neste festival apresenta trabalhos relacionados com “a paisagem e o povoamento”, que vão ao encontro do tema proposto.

Considera que o conjunto das exposições “está interessante com diálogos entre as várias participações que resultaram muito bem”, aconselhando uma visita aos espaços.

José Velhote, um dos curadores do festival, destaca que a diversidade que existe no festival foi propositada e resulta também do “confronto” que existe entre fotógrafos nacionais, e estrangeiros e entre os europeus e de outros países como México ou Perú.

Em exposição física neste festival estão trabalhos artísticos de vinte e dois fotógrafos e de dois grupos de jovens alunos das escolas Campos de Melo e Quinta das Palmeiras em exposições dispersas por quatro espaços culturais do concelho: Tinturaria – Galeria de Exposições, Museu de Lanifícios/UBI e Biblioteca Municipal, na Covilhã, e Casa da Cultura José Marmelo e Silva, no Paul.

Há ainda a salientar várias exposições e projeções que irão decorrer online, com um total de cerca de 80 fotógrafos e artistas, de várias nacionalidades.

Até 6 de junho, no âmbito deste festival terão lugar exposições, oficinas, mesas redondas, cinema, passeios fotográficos e lançamento de livros marcam a edição inaugural do Diafragma que conta com um painel de curadores que inclui nomes prestigiados como os de Aldo Flores, Carlos Fontes, Gláucio Nogueira, Ioana Mello, Jorge Velhote ou Rui Prata.

Pode consultar a programação completa de festival AQUI.