Covilhã: Último mandato “mostrou a falta que faz a CDU”. É a “alternativa que vale a pena”

Jorge Fael, candidato da CDU à Câmara Municipal da Covilhã afirma que o projeto que lidera é a “única alternativa que vale a pena para o concelho”. O candidato falava durante a apresentação pública da sua candidatura, esta sexta-feira, na Praça do Município.

“Este mandato mostrou que a maioria absoluta do PS não resolveu os principais problemas e necessidades das populações, não estimulou a participação, não criou as condições para vencer os bloqueios que impedem e ameaçam o desenvolvimento do Concelho”. “E mostrou a falta da CDU na Câmara Municipal, onde não existiu oposição”, disse Jorge Fael.


Afirmando que “há muitas razões para o descontentamento” da população, avisou os que “querem penalizar o PS, e consideram arriscar o seu voto na direita” que “não se iludam: não há alternativa com aqueles que no passado recente foram responsáveis no plano nacional, pela destruição económica e social, e cúmplices no plano local, com a arrogância, a especulação, a privatização da água, do saneamento, do espaço público”, apresentando-se, por isso, como “a única alternativa”.

Durante a sua intervenção mostrou-se pronto para “um combate pela valorização do Poder Local Democrático, pela Regionalização, pela reposição das freguesias, pela melhoria das condições de vida, não apenas naquilo que depende das competências próprias do município, mas na reivindicação intransigente junto do Governo naquilo que dependa do poder central”.

De entre as prioridades que elencou, destaque para o combate por serviços de água, saneamento e resíduos “100% públicos; direito à mobilidade das populações que aproxime o concelho e o concelho da região, defendendo a redução do preço e alargamento do passe social intermodal que cubra todos os operadores e todas as carreiras. Pela valorização das freguesias, estabelecendo como mínimo de transferências financeiras 5% do orçamento municipal anual. Pela defesa e recuperação do património, dando força de lei à “Carta do Património Industrial da Covilhã”. Pela democratização e promoção da cultura e do desporto nas suas diversas vertentes”, referiu.

Jorge Fael disse ainda que “regressa a um combate que já travou”, porque pode “contribuir para um concelho com mais progresso, justiça social e igualdade”, destacando que neste território nos últimos anos o “desemprego aumentou” e “é um concelho marcado por: macrocefalia urbanística, assinalável desequilíbrio territorial, despovoamento do restante território com consequências nefastas ao nível da sua desqualificação e degradação do edificado, declínio demográfico (entre 2011 e 2019, perda de mais 4 592 residentes), envelhecimento, atrasos/adiamentos de investimentos importantes que condicionaram e limitam o desenvolvimento, num quadro em que o processo de revisão do PDM, instrumento de planeamento fundamental, continua sem fim à vista”.

“Neste mandato, a Câmara aceitou competências que não tinha, como na educação e saúde, abrindo campo à desresponsabilização do Estado central e ao agravamento das desigualdades”, criticou ainda Fael, afirmando que “a Covilhã tem ainda muitas fraturas económicas e sociais, muitos “pátios das traseiras”, concluindo que “na cidade do “Cubo” e das “clouds”, do cowork, falta que “a infraestrutura digital chegue a todos”.

Vítor Reis Silva, primeiro candidato da CDU à Assembleia Municipal da Covilhã, apontou o dedo à gestão socialista na Câmara Municipal que acusou de ter passado “7 anos em mera gestão corrente”, em que falharam com “o plano e orçamento das freguesias e orçamento participativo” e “estão a tentar concluir nestes últimos meses obras com financiamento elegível em 2015 e 2017”, acusou, afirmando que “vão promover um conjunto de obras nos últimos meses com fins eleitorais, com prazos apertados e concursos aligeirados, penalizando as contas municipais”.

Durante a sua intervenção fez um balanço dos últimos 4 anos do trabalho dos eleitos pela Coligação na Assembleia Municipal, afirmando que a “intervenção” da CDU “se pautou pela análise responsável dos documentos apresentados, visando o interesse das populações, o desenvolvimento do concelho e a proteção dos munícipes mais desfavorecidos bem como das pequenas micro e médias empresas”.

No setor económico Reis Silva criticou as taxas e impostos do concelho, “dos mais caros da região”, afirmando que a CDU votou contra os “orçamentos que penalizavam os munícipes”.

O Programa de Apoio à Redução Tarifária dos transportes, também foi alvo de crítica. O candidato afirmou que apesar da promessa de que o desconto seria reposto em janeiro “estamos em maio e a Covilhã não beneficia deste programa, caso único na região e talvez no país”, acusou.

Relembrou ainda a ação da CDU na defesa do património, nomeadamente na “destruição do Tinte Velho, por desleixo e omissão de intervenção da Câmara Municipal na sua classificação”.

Relembrou ainda que ao longo do mandato foram entregues dezenas de requerimentos na Câmara e petições na Assembleia Municipal que ficaram por debater por falta de resposta da autarquia, sustentando que este é um comportamento “arrogante”, que “diz muito do respeito que têm pelos eleitos e população” e que “em nada contribui para a democracia no concelho”.

“Um comportamento inadmissível, de completo boicote ao trabalho dos eleitos e da Assembleia Municipal não pode passar em branco e deve merecer a reprovação da população do concelho”, disse.