A ASTA, Associação de Teatro e Outras Artes, companhia de teatro com sede na Covilhã e que representa Portugal no projeto internacional de prevenção de violência de género DEEP ACTS, assinou no sábado um protocolo de colaboração com a Coolabora, Cooperativa de Intervenção Social.
“A prevenção e disseminação da mensagem de não-violência” são os principais objetivos da parceria. Graça Rojão refere que “a arte é uma ferramenta que cria outro tipo de diálogos”, o que no trabalho de sensibilização “é extremamente importante”, destaca.
A responsável recorda outras colaborações entre estas duas entidades no passado, “que correram muito bem”, relembrando a peça “Os olhos do medo” que esteve em digressão nacional e destacando também o último trabalho da companhia covilhanense “Máquina de Encarnar”, desenvolvida no âmbito deste projeto e que é “interessantíssima para despertar consciências”, afirmou Graça Rojão.
O projeto “DEEP ACTS – Developing Emotional Education Pathways and Art Centered Therapy Services Against Gender Violence”, está a decorrer desde junho de 2020 e envolve cinco organizações de Itália, Espanha e Portugal.
É financiado pelo programa europeu Rights, Equality and Citizenship. Tem como principal objetivo a prevenção da violência de género através da sistematização e disseminação de ferramentas e métodos baseados na educação emocional e terapia artística.
Foi neste âmbito que a ASTA desenvolveu a peça que já estreou em Portugal e entrará agora em digressão em Portugal, Espanha e Itália.
“Máquina de Encarnar” pretende ser “um murro no estômago, despertar consciências para a problemática da violência de género”. É um espetáculo que foi pensado para “sensibilizar e despertar para esta problemática que é cada vez mais grave”, disse Sérgio Novo.
Na cerimónia simbólica que serviu também para as diferentes organizações se apresentarem e mostrarem o que estão a fazer no projeto, esteve o vereador na Câmara Municipal da Covilhã, José Miguel Oliveira. O autarca destacou o trabalho desenvolvido pela companhia de teatro, e outros agentes no concelho. “Esta é uma temática para a qual temos que estar alertas”, salientando que “passa muitas vezes despercebida” e, por isso, “o trabalho que a Asta e outras organizações fazem para “assaltar” as nossas consciências é tão importante”, destacou.
No âmbito do DEEP ACTS, ao longo do último ano, foi realizada investigação preliminar, produziu-se a maioria das diretrizes, foram realizados vários workshops de arte-terapia e educação emocional para diversos operadores e, teve início a rodagem do filme documental e da publicação que contará a história do projeto.
Foi produzida e apresentada a peça “Máquina de Encarnar” que estreou em Montemor-o-Novo, a que se seguiram mais três apresentações no Auditório dos Unidos do Tortosendo, Covilhã.
Uma “performance nua e crua, um ato que explora o paradoxo e a violência das relações entre seres humanos”, que em breve partirá em digressão.