Este Zêzere que nos une: “É importante a cultura vir ter com as pessoas”

A estreia do espetáculo do Kayzer Ballet, na Praia Fluvial do Dominguizo, marcou o início do projeto “Este Zêzere que nos une”, que junta os municípios da Covilhã, Belmonte, Fundão e Manteigas.

O presidente da Junta de Freguesia do Dominguizo, José Matos, disse em declarações à Rádio Covilhã que “foi muito importante” o projeto ter começado na Praia Fluvial, pois considera “ser um local emblemático” e “como se viu as pessoas estavam sedentas deste género de espetáculos”, acrescentou.  


Para José Matos “a cultura não deve ser só na Covilhã e o município deve trazer a cultura às aldeias, sobretudo às mais rurais”. “Sempre defendi que a cultura e todos os eventos deviam ser no concelho e não na Covilhã e, por isso, é importante vir a cultura ter com as pessoas e não as pessoas irem ter com a cultura”, reforçou.

A vereadora com o pelouro da cultura na Câmara Municipal da Covilhã, Regina Gouveia, sublinhou que as iniciativas inseridas no projeto “Este Zêzere que nos une” vão ter “sempre ligação a este elemento natural para inspirar a criação artística, mas também para despertar para a preservação do ambiente”.

Regina Gouveia referiu que o “Este Zêzere que nos une” vai contar com a participação de vários artistas nacionais e internacionais e apesar de o primeiro espetáculo ter sido de dança, este irá ter também “música, teatro, fotografia e um projeto de construção de esculturas com elementos recolhidos nas margens do rio”.

A vereadora frisou ainda que “é um objetivo da Câmara levar este tipo de conteúdo artístico e cultural às freguesias fora da cidade, dado que é importante despertar novos públicos para a importância das artes e da cultura”. “Acredito que a cultura é cada vez mais um fator estratégico de desenvolvimento e sustentabilidade dos territórios”, sustentou.

O diretor artístico do Kayzer Ballet, Ricardo Runa, revelou que o espetáculo “começou a ser criado em março, a pensar na união do Zêzere e naquilo que é a partilha”, salientando que se trata de “um espetáculo de certa forma intimista porque é um rio que liga e une várias localidades e nós quisemos passar um pouco essa ideia de conexão”.

Ricardo Runa considera que a estreia “correu muito bem” e mostrou-se satisfeito com a reação do público presente, dado que “aplaudiram de pé no final, o que para os artistas que estavam a dançar é incrível”.

Lembrou que a última vez que os bailarinos tinham estado em palco “tinha sido em novembro e poderem estar outra vez a atuar, para eles foi com certeza uma grande emoção e gerir todos esses sentimentos também não é fácil”, concluiu o diretor artístico.

Referir que o período de execução previsto para esta iniciativa vai até junho de 2022, correspondendo a um programa de ação de 18 meses.