Rastreio à escoliose arrancou hoje na Escola Pêro da Covilhã

O Serviço de Medicina Física e Reabilitação do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB) iniciou, hoje, 1 de junho, na Escola Pêro da Covilhã, um programa intensivo de rastreio escolar da escoliose do adolescente.

Esta iniciativa propõe-se a rastrear entre 900 a 1000 crianças nos concelhos da Cova da Beira, de forma a detetar previamente alterações/desvios da coluna nos adolescentes.


O médico fisiatra coordenador do serviço de fisiatria no CHUCB, Pedro Caetano, disse em declarações aos jornalistas, que “cerca de 20% a 25% dos adolescentes vão ter alguma alteração na curvatura”, algo “normal”, mas o “mais importante é sabermos quando temos de referenciar e aprofundar o estudo dessas alterações”.

Esta iniciativa permite identificar a “escoliose idiopática no adolescente”, cujo motivo não é totalmente claro, “sabemos que há uma influência genética, hormonal e também a nível do tecido ósseo”, e que existem alguns riscos que lhe estão associados “como o excesso de peso e alterações posturais, cada vez mais presentes nas nossas crianças e adolescentes”, refere Pedro Caetano.

O médico fisiatra referiu ainda que o tratamento da escoliose pode passar pela “prescrição de coletes e em casos muito graves pode ser necessária uma intervenção cirúrgica”.

O diretor da Escola Pêro da Covilhã, Jorge Antunes, acredita que é possível reduzir o peso das mochilas, frisando que “é um caminho que tem de se fazer devagar, o Estado está a investir na formação de tecnologia para os próprios professores, e nós aqui no agrupamento de escolas Pêro da Covilhã temos um meio uso das novas tecnologias”.

Ainda assim, Jorge Antunes considera que as “famílias também têm uma responsabilidade”, e contou que “muitas vezes aquilo que nós notamos é que os alunos colocam os manuais de todas as disciplinas nas mochilas”, sendo que é necessária uma monitorização por parte dos pais.

Revelou que com os alunos do 1º ciclo, na maioria dos dias os manuais ficam na sala de aula e só levam para casa, aqueles que são para sistematizar”.

Para João Casteleiro, presidente do conselho de administração do CHUCB, através desta iniciativa “estamos a fazer um trabalho para a comunidade”, é “estarmos à frente do problema” a “rastrear” e “prevenir que eles apareçam”.

O rastreio da escoliose do adolescente é destinado a crianças dos 12 anos de todas as escolas da Covilhã, Belmonte e Fundão.