Mobilidade da Covilhã: Maioria PS na AM aprova proposta de adjudicação. Oposição critica

A proposta de concessão do sistema de mobilidade do concelho da Covilhã à empresa Transdev foi aprovada, por maioria, na assembleia Municipal da Covilhã, tal como já tinha acontecido no executivo. A proposta prevê o valor total de 9 milhões 170 mil euros, para o prazo de 10 anos. Em cada um dos primeiros 2 anos serão pagos 1 milhão e 56 mil euros e nos restantes 8 serão pagos 950 mil 820 euros anuais.

As virtudes do sistema foram realçadas por Vítor Pereira, presidente da Câmara.


“Trata-se de uma concessão abrangente e não de meros autocarros. Com o mesmo preço com que dantes se andava de autocarro agora temos estacionamento gratuito para residentes, passes gratuitos para os estudantes do concelho até ao 12.º ano e para ubianos recenseados na Covilhã”, destacou o edil, evidenciando ainda outros descontos que acontecerão, para residentes, na mobilidade suave.

A oposição vê a concessão por outro prisma e teceu críticas às opções do executivo.

Para o CDS o concurso público apenas “chegou a bom porto porque teve alteração de valores”. João Vasco Caldeira estranhou ainda que “numa altura em que dois terços dos autocarros do país estão paralisados, a câmara não tenha capacidade negocial para se conseguir um melhor acordo”, justificando desta forma a abstenção.

Recorde-se que o concurso público foi lançado em abril de 2020, sofrendo depois uma alteração, com a câmara a aumentar o preço global em cerca de um milhão e 200 mil euros e a prolongar o prazo.

A CDU votou contra. Vítor Reis Silva, em nome da bancada, defendeu que “com este valor era viável uma empresa municipal”, defendendo que “criar uma empresa pública de mobilidade deve ser o caminho”. Mostrou ainda preocupação com o facto de 6, das 8 empresas que concorreram, terem sido excluídas e alegarem “desconformidades, prometendo continuar com a contestação”. “Já não bastava a telenovela das ciclovias”, disse.

A bancada do movimento “De Novo Covilhã”, apesar de algumas dúvidas que, disse Luís Fiadeiro, “não ficaram esclarecidas”, nomeadamente quanto à aplicação de alguns descontos e na forma de utilização da mobilidade suave, optou pela abstenção por “não ver ilegalidades no concurso, nem que ninguém o possa vir a alegar no futuro”, considerando por isso que a “situação na sua essência é positiva”.

A proposta acabou aprovada com 2 votos contra 6 abstenções e 19 votos a favor.