Portagens: Desconto efetivo abaixo dos 50%. Plataforma considera vitória “incompleta”

A Plataforma P’la Reposição das Scuts na A23 e A25 acusa o Governo de “não conseguir fazer uma coisa bem-feita até fim”. É que, segundo a portaria publicada, “o desconto de 50% no valor das portagens tem por base o preço que existia no início das portagens, e não o valor praticado atualmente”, o que na prática significa um desconto de cerca de 33%.

“Num pórtico onde se pagava 1 euro e 15 cêntimos, passa a pagar-se 80 cêntimos”, explicou Luís Garra. “Há um desconto efetivo” e por isso estamos “moderadamente satisfeitos, foi uma vitória, mas não uma vitória completa”, disse.


“O governo usou um estratagema que não fica bem. Em política temos que ser sérios e o governo não foi sério”, acusou Luís Garra em nome da Plataforma durante uma conferência de imprensa que decorreu hoje, ao início da manhã, na rotunda norte de acesso à A23, no Fundão.

Considerando que “o Governo não cumpriu com a deliberação da Assembleia da República”, avança que a Plataforma já pediu reuniões aos Ministérios que detém esta matéria e aos Grupos Parlamentares, “para que haja uma correção a esta portaria”, para que “se faça justiça”, vincou ainda Luís Garra.

No encontro com os jornalistas foi ainda explicado que a vitória será plena quando forem repostas as Scuts, afirmando que irão encetar negociações para que no Orçamento do Estado de 2022 esteja contemplada a abolição de portagens para residentes e mais 25% para não residentes.

Sobre a não aplicação de descontos aos veículos elétricos alegando razões técnicas, a Plataforma sustenta que “não tem qualquer sentido” e exige que “quando for aplicado o desconto seja com efeitos retroativos a 1 de julho”, disse.

A Plataforma considera que os descontos agora alcançados devem-se à luta que vêm a encetar ao longo dos anos, junto com a população e autarquias, destacando as câmaras da Covilhã e Fundão que hoje se fizeram representar na conferência de imprensa.