Covilhã: Mais antigo Ciclo de Teatro Universitário do país comemora 25 anos

O Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior, que se realiza na Covilhã, com organização conjunta do TeatrUBI e ASTA, assinala este ano o 25º aniversário e é o mais antigo no país a realizar-se ininterruptamente, realçou a organização na conferência de imprensa de apresentação do certame.

“O ciclo de teatro surgiu inicialmente por proposta da Associação Académica ao Grupo de Teatro da UBI (TeatrUBI), que na altura estava um pouco adormecido. O grupo assumiu logo no ano seguinte a sua organização e até aos dias de hoje foi sempre organizado”, contou Sérgio Novo, diretor artístico do festival, recordando que nessa primeira edição, em 1996, “tinha acabado de entrar para a UBI e para o grupo de teatro”.


Sérgio Novo disse ainda que “foi” e “é difícil manter e organizar o festival”, mas “é possível” com resiliência e persistência. Apesar de tudo “mesmo em confinamento conseguimos realiza-lo, embora online, e não perdemos o cariz. É o mais antigo que se realiza de forma ininterrupta e isso é motivo de orgulho”, vincou o também diretor da ASTA.

Ao olhar para os 25 anos de festival, Rui Pires, diretor do festival, “constata” as dificuldades do teatro universitário no país, afirmando que “muitos grupos que por aqui passaram já desapareceram”, sustentando que o mesmo “não acontece ao Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior graças ao suporte que encontra na companhia profissional ASTA”.

O responsável lamenta “a falta de apoio da Universidade da Beira Interior, nomeadamente na cedência de um espaço para ensaios” e as dificuldades que são colocadas aos alunos que integram o grupo, quando têm que se deslocar ao estrangeiro.

O Ciclo este ano tem um orçamento de 24 mil euros, com programação agendada entre os dias 4 e 13 de novembro. Uma edição que marca o regresso ao formato presencial, sendo que irá apresentar 10 espetáculos de grupos universitários e profissionais de Portugal e Espanha.

Rui Pires, não destaca nenhum dos espetáculos presentes, mas realça a presença da companhia Maricastaña – Aula de Teatro da Universidade de Ourense, Espanha, que participa desde a edição 1 do festival. “Uma relação muito especial, uma vez que também o Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior vai, há 25 anos, ao festival organizado pela companhia espanhola”.

A programação desta edição 25 pretende abranger “todos os públicos” e por isso há várias disciplinas artísticas que se cruzam desde teatro, dança, musical e até mais tecnológicos, explica Rui Pires.

“Abrimos com “Cântico Negro” da ASTA, um cruzamento entre teatro e dança com muito pouco texto. Depois “Matéria”, também da ASTA, que é de texto teatral”, descreve Rui Pires que fala também do “experimentalismo” do CITAC de Coimbra. Realça ainda a companhia profissional Alma d’Arame, que vai apresentar um espetáculo de marionetas virtuais e um musical que será apresentado por uma turma de teatro da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, “algo inédito no teatro universitário” descreve.

As sessões terão lugar sempre às 21:30, no Auditório das Sessões Solenes da UBI e não haverá preço para o bilhete. “Cada um paga o que pode e quem não puder pagar também pode entrar”, vinca a organização explicando que “a arte tem que ser acessível a todos”.

Quanto à programação arranca dia 4 com “Cântico Negro, pelo TeatrUBI/Asta, no dia seguinte sobe ao palco “Matéria” pela ASTA.

Dia 6 “Significa que eu posso fazer alguma coisa” pelo Teatro Académico da Universidade de Lisboa (TUC), no dia 7 “Aínda que siga brillando a lúa” , de Mariscastaña.

O Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra apresenta “Ao Futuro” no dia 08, seguindo-se a “Casa da Forza”, dia 09, pela Aula de Teatro da Universidade de Santiago de Compostela.

Dia 10 sobe ao palco “Solitária” , pela Alma d’Arame, dia 11 “Saudades do futuro”, espetáculo final da turma de terceiro ano do curso de Teatro de Artes Performativas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, “Experiências sobre o luto” (dia 12), pelo TEUC (Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra), e “Unidade de Lugar” (dia 13), pelo Grupo de Teatro y Danza de Universidad de Granada, encerra a programação.