Museu da Covilhã: Primeira tertúlia destaca projeto acessível e inclusivo

O Museu da Covilhã, instalado em pleno centro histórico da cidade, recebeu ontem uma Tertúlia Informal sobre Arte e Cultura, inserida num ciclo de Tertúlias intitulado MC2 – Movimentos Culturais Coletivos.

O tema desta iniciativa foi “Museu Inclusivo, Percurso Imersivo” e funcionou como uma Introdução a este espaço renovado.


Elisabet Carceller, da empresa Formas Efémeras, responsável pelo projeto expositivo do Museu, começou por revelar que o desafio de criar a proposta do que viria a ser o Museu da Covilhã foi lançado à sua empresa pela Câmara Municipal da Covilhã em 2018 e, desde logo, soube que teria de ser um projeto “acessível e inclusivo”.

Durante a sua intervenção, a responsável explicou as bases da sua empresa que passam por “proporcionar experiências enriquecedoras aos visitantes”, além de “responder aos desafios de forma criativa” e “projetar com base no design inclusivo e universal”.

Foi nestes ideais que se basearam para criar o projeto do Museu da Covilhã, um projeto acessível “para criar igualdade de oportunidades” e possibilitar o “acesso de todas as pessoas aos espaços e conteúdos minimizando barreiras não só físicas como intelectuais e sociais”.

Este edifício manteve a fachada, no entanto o interior foi renovado. Foi criado um percurso, respeitando uma ordem cronológia, onde é exposta a história do concelho da Covilhã e termina “com uma reflexão sobre o futuro” com recurso a meios interativos.

O espaço é dotado de elevador e os diferentes pisos estão diferenciados por cores. Também a entrada é agora acessível, bem como a escadaria. Existe um audioguia com autodescrição, que pode ser acedido pelos visitantes através de um QR Code, que disponibiliza uma “versão para o público português em geral, para o público português cego e uma versão em linguagem gestual”.

Elisabet Carceller aproveitou, ainda, para agradecer a todos os que ajudaram a tornar este projeto real e conclui que se trata de um “projeto da Covilhã feito por pessoas da Covilhã”.

Leonardo Ramires, da Casa do Braille, responsável pela produção dos recursos táteis, explicou a história desta Casa que, há 20 anos executa projetos com acessibilidade, maioritariamente em centros comerciais, hotéis e pequenos projetos urbanos.

Neste caso, foi responsável por colocar, neste Museu, a trilha guia e piso podotátil; folhetos acessíveis; textos e legendas em braille e caracteres ampliados; publicações acessíveis; guias de visitação acessíveis; recursos sensoriais; escrita simples e acessibilidade em produtos audiovisuais.

Estas tertúlias informais terão continuidade no Museu da Covilhã, sendo que o objetivo é que sejam sempre conversas “descontraídas”.