Quarta Parede leva ao palco histórias reais de sobreviventes de violência doméstica

Rasgar Silêncios é o nome de uma iniciativa da Coolabora que dinamiza oficinas de escrita autobiográfica para sobreviventes de crimes de violência doméstica e que deu origem a uma peça de teatro da Quarta Parede.

Esta criação surgiu das narrativas produzidas nas oficinas, onde já participaram 36 mulheres. Sílvia Pinto Ferreira, diretora artística deste espetáculo, explica que o objetivo é “sensibilizar para o impacto da violência doméstica nas vítimas e na sociedade”. A partir dele será ainda realizado um vídeo, também de sensibilização para este problema.


A peça procura criar empatia para que o público, ao vê-la, “consiga colocar-se no lugar das vítimas”. “Falamos do silêncio das vítimas e da indiferença da sociedade”, explica Sílvia Pinto Ferreira.

A diretora referiu que a maior dificuldade que encontrou ao preparar esta peça foi a seleção dos textos uma vez que “todas as histórias deviam estar neste espetáculo porque evocam as que ainda não estão expressas em papel”. “Trata-se de um material muito sensível que carece de muito cuidado no tratamento”, explica ainda.

Assim, neste espetáculo interpretado por profissionais, vão estar em destaque histórias reais de várias mulheres que foram adaptadas para garantir “a segurança e anonimato das vítimas”.

Nesta peça estão espelhadas diferentes formas de violência doméstica e também diferentes mulheres “para que fique bem claro que a violência não tem idade, classe, escolaridade”.

Tem estreia no dia 25 de novembro, pelas 21h30, no Auditório do Teatro das Beiras, e mais duas sessões no dia 26 de novembro, pelas 11h00 e 15h00 dirigidas a público escolar e a público em geral.