Suspensão do PDM em Vales do Rio e Ferro viabiliza investimentos de quase 10 milhões de euros

A Assembleia Municipal da Covilhã, que esta segunda-feira (29) reuniu em sessão extraordinária, aprovou por unanimidade a suspensão parcial do Plano Diretor Municipal (PDM) da Covilhã, nomeadamente, em Vales do Rio e Ferro, para permitir a ampliação de duas unidades industriais, o que permite concluir investimentos no valor de cerca de 9,7 milhões de euros.

Em vales do Rio a Jomafil, empresa de têxtil, pretende ampliar as suas instalações colocando em prática um plano de investimentos que chega aos 4,7 milhões de euros e, desta forma, criar cerca de 20 novos postos de trabalho.


A Frulact, na freguesia do Ferro, propõe-se ampliar as suas instalações, num investimento de cerca de 5 milhões de euros, o que permitirá a criação de 70 novos postos de trabalho, 40% dos quais quadros técnicos superiores, a juntar aos quase 200 que a empresa já detém nas suas unidades industriais no concelho da Covilhã.

A operação foi aprovada por unanimidade na Assembleia Municipal, mas com críticas da oposição face à não revisão global do PDM que “é urgente”.

Hugo Ferrinho, eleito pelo grupo municipal Juntos Fazemos Melhor (CDS, PSD, IL), anunciou o “voto favorável”, evidenciando que a aprovação permite realizar as operações propostas pelas empresas, mas, sustentou que “é preciso avançar para uma revisão, célere, aberta e transparente” do PDM que “está desactualizado e disfuncional”, defendendo que esta deve ser feita com base “num debate alargado” que não “esteja sujeito a interesses pessoais, gestão corrente e a opiniões iluminadas mas confinadas aos paços do concelho”.

Também o grupo municipal da CDU vincou que é necessário “corrigir erros cometidos no PDM passado” em vez de se “andar pontualmente a resolver os problemas que aparecem” e que “decorrem de um mau planeamento”. Mónica Ramôa anunciou que o seu grupo “não inviabiliza a suspensão, mas discorda que estas matérias sejam sempre resolvidas por circunstâncias excecionais”. “Isto não é nem planeamento nem ordenamento, é serviço de emergências”, disse.

Catarina Mendes, da bancada do PS, destacou na sua intervenção que a “Câmara Municipal quer, em primeiro lugar, resolver determinadas matérias”, dada a sua importância para a economia, vincando que o documento apresentado a votação “tem a resolução técnica para viabilizar as alterações que são propostas, sem que se espere pela revisão do PDM que demoraria muito mais tempo”.

O presidente da Câmara Municipal da Covilhã, na sua intervenção sobre esta matéria, reconheceu que o PDM está “desatualizado” e, por não ter classificado solo industrial, “as normas não permitem fazer ampliações de grandes dimensões” às industrias. Destacou a importância desta suspensão que permite que “duas empresas, grandes empregadoras no concelho”, possam ampliar a sua capacidade instalada.

Vítor Pereira frisou a intenção de “até ao final do próximo ano ter o PDM revisto, para o harmonizar com a realidade do concelho”, disse.

Rui Amaro, presidente da União de Freguesias do Peso e Vales do Rio, congratulou-se com a aprovação do ponto por unanimidade que “permite um investimento que irá criar postos de trabalho o que permite que as empresas que estão nas freguesias rurais ali continuem”. O autarca vincou que “é com estas políticas que se contrariam os números dos últimos censos, salientando que “não se pode ter só parques industriais nas cidades”, sustentando que com estas politicas se ajuda a manter a população nas aldeias.