Covilhã: Oposição na CM pede solidariedade para Centro Hospitalar suprir carências

A saúde foi um dos temas debatidos durante as cerca de duas horas em que decorreu o período antes da ordem dia da reunião pública da Câmara Municipal da Covilhã na sexta-feira (18). O tema foi introduzido pela vereadora Marta Alçada (Juntos Fazemos Melhor) que pediu a “solidariedade” da Câmara, e da região, para suprir carências do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB).

Sustentando a intervenção na sua própria observação durante uma ida às urgências, descreve um serviço “em situação limite”.


Entre as carências aponta “o espaço”. “As macas encostadas, as desconfortáveis cadeiras amarelas e cadeiras de rodas que preenchiam o corredor da urgência eram dignas de caraterizar um verdadeiro cenário de calamidade”, disse.

A vereadora descreve ainda alguns equipamentos que não funcionavam, bem como meios de diagnóstico que “são muito limitados” e o próprio laboratório que demora “demasiado a conseguir o resultado de umas análises que se dizem urgentes”. Vinca que é uma situação que “nem no tempo que atravessamos, nem em nenhum, pode ser resposta de um Centro Hospitalar Universitário”.

Face à situação que considerou grave apelou à mobilização do Município. “Penso ser da nossa responsabilidade desencadear uma onda de solidariedade e atenção para com o nosso hospital”, frisou, explicando que o seu apelo vai no sentido de se reunir com o diretor do serviço de urgência e com o presidente do conselho de administração para aferir as carências existentes.

Este executivo pode e deve ser o primeiro a dar o exemplo alocando algum valor para aquisição de equipamento”, questionando se “o executivo está disposto a comprometer-se verdadeiramente com o Centro Hospitalar e com a saúde dos covilhanenses”, disse.

José Armando Serra dos Reis (PS) reagiu a esta intervenção, tecendo elogios ao Centro Hospitalar e ao próprio Serviço Nacional de Saúde, afirmando que “a Câmara Municipal, em relação ao Centro Hospitalar, tem que estar atenta aos pedidos do conselho de administração” e ver o seu enquadramento, sob pena de parecer “uma intromissão” nas suas competências.

Marta Alçada, frisa que não se trata de uma crítica ao SNS, sustentando que “foi muito bem tratada”, mas constatou lacunas que a “Câmara pode ajudar a suprir”, frisou.

Sugere que, sendo o Governo de maioria socialista, Vítor Pereira pode junto do Primeiro-ministro apresentar essas carências. “ É esse o papel da Câmara e é isso que estou a dizer”, vincou.

Uma intervenção “politica”, classificou Vítor Pereira que considerou que se está a passar a mensagem que “está o caos” instalado no CHUCB e que por “tabela leva também o SNS”, o que não é verdade.

Recordou os investimentos feitos na área da saúde pelo município, nomeadamente, no Centro de Saúde da Covilhã.

O presidente frisa que, nesta matéria, a Câmara, no âmbito da transferência de competências, “tem ido para além do dever”.

Quanto “à magistratura de influência, alertas, pedidos, sugestões” a que a vereadora alude, têm sido “uma constante”, disse.