Vítor Pereira, presidente da câmara Municipal da Covilhã, mostra-se mais “tranquilo” face à prospeção de lítio prevista para as freguesias do Ferro e Peraboa, depois da reunião que manteve com o Ministro do Ambiente esta quarta-feira.
“Era impensável que se desmantelasse o regadio ou se danificasse terrenos altamente férteis, como os daquelas freguesias, para se extrair lítio”. Foi com esta garantia que regressou da reunião, disse em declarações à Rádio Clube da Covilhã.
Era “impensável” e até “absurdo”, “desmantelar o regadio, ou derrubar cerejais”, refere o autarca, citando as garantias que lhe foram dadas pela tutela. Vinca que a prospeção prevista assenta em “fotografias e pequenas análises do solo e não significa que haverá exploração”, a que “nos oporíamos terminantemente”, garante. A grande conclusão da reunião “é que as populações podem estar tranquilas, embora vigilantes”, refere.
O autarca realça, ainda, que nesta fase não deve “existir alarme nem desinformação”, e pede discernimento “para se distinguir prospeção e pesquisa, de exploração”. Dá o exemplo dos mapas que se divulgam, que cobrem vastas áreas, “que levam a crer que toda a área pode ser alvo de exploração”, vincando que foi garantido que “apenas 1% dessa área poderá vir ser alvo de exploração, se o for”, disse.
Reafirma, ainda assim, que a Câmara Municipal “está, intransigentemente, ao lado das populações, seja nesta ou noutra zona do concelho”, frisando que a posição da autarquia “não se alterou”.
Apesar da garantia que recebeu de que “não haverá exploração no futuro na área do regadio”, nem “contra as populações”, mostra “preocupação” pelo facto de a tutela considerar que “os pareceres das autarquias não são vinculativos, quando estas deveriam ter a última palavra, porque são quem está mais próximo”, disse.
Afirmando que não é “fundamentalista”, reconhece que “a fileira do lítio pode ser valorizada”, mas que o seja “em sítios que não sejam próximos das populações, de cursos de água ou lençóis freáticos”, destacando que esta é a posição, também, dos autarcas da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, CIM BSE. “Não somos contra a exploração do lítio, somos contra a exploração em zonas que prejudiquem as populações”, disse.
Vítor Pereira recorda que a própria CIM-BSE vai lançar um estudo do impacto ambiental para estes territórios, e também a análise jurídica, “para obstar que o lítio seja objeto de exploração em zonas que não deva ser”, concluiu.