USCB exige “intervenção de choque” para desenvolver o interior

Os problemas que o interior atravessa exigem uma “intervenção de choque”, afirmou ontem o Coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB), Sérgio Santos, durante o encerramento do Fórum Sindical pelo Desenvolvimento do Interior, que aquela estrutura sindical organizou ao longo do dia, no Auditório Municipal da Covilhã.

Sérgio Santos destaca que só com “a canalização de investimento público e privado, com a reindustrialização ambientalmente sustentável, a valorização do trabalho e dos trabalhadores” que promova a “elevação do rendimento dos trabalhadores e reformados”, “investimento em transportes e reabilitação e valorização urbana, reordenamento das florestas, abolição das portagens e repovoamento dos concelhos” se conseguirá alavancar o desenvolvimento da região.


O sindicalista destaca que para o interior ter futuro são “necessários três pressupostos complementares e inseparáveis”. “A dinamização da atividade económica através da industrialização”, “a criação de emprego” e a “concretização da regionalização”, com as regiões criadas “dotadas de autonomia, competências e meios financeiros”, afirmou.

Sérgio Santos frisa, ainda, que estes 3 eixos têm que ser complementados com uma “política de gestão de fundos públicos” que permita à região aceder a fundos estruturais e de coesão, nomeadamente do PRR, Portugal 2030, do 21-27, programas da União Europeia e das Comunidades Intermunicipais.

Na sua intervenção o coordenador da União dos Sindicatos frisou que “são necessárias novas políticas para o interior” que têm que envolver todos os agentes. “Todos os partidos, autarcas e autarquias, universidade e politécnicos, sindicatos, associações empresariais, culturais, desportivas e recreativas e os seus dirigentes e as populações que são a parte mais importante deste processo”, vincou.

No acesso aos apoios à economia, Sérgio Santos, fala em “rigor, critério e justiça”, na gestão do dinheiro, que “não é infinito”. “Não é legítimo e moral dar a quem sempre acumulou lucro ao longo dos anos, deixando para trás os micro, pequenos e médios empresários”, disse.

Sérgio Santos chamou ainda a atenção para a defesa dos setores públicos na educação e saúde, a aposta na rede 5G, oferta pública de habitação, a aplicação do programa de apoio à redução tarifária nos transportes, a abolição de portagens, e, entre outros aspetos, um novo enfoque na cultura, arte e desporto, como aspetos fundamentais para a coesão territorial do país.

“O interior tem futuro” foi o lema escolhido pela USCB para a tertúlia que decorreu ao longo do dia no auditório municipal da Covilhã e que contou com um painel de oradores como os sindicalistas Luís Garra, Ana Pires e Tiago Cunha. Anabela Diniz, Pró-Reitora da UBI, Nuno Augusto, Jorge Reis Silva e João Leitão, docentes da UBI, Miguel Viegas, docente da Universidade de Aveiro e Isaura Reis, eleita autárquica e ex-vereadora da CMC.