Lítio: Governo afirma que exploração terá regras. CIM-BSE mostra preocupação

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, assegurou, ontem, que o lítio é “essencial para a transição energética” e garante que “não será explorado a todo o custo”. Referiu que pode criar dezenas de milhares de postos de trabalho, lembrando que foi o Governo que determinou a Avaliação Ambiental Estratégica a uma entidade “credível”.

Já o presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE), Luís Tadeu, lamentou que as preocupações dos autarcas da região não tenham sido ouvidas na avaliação ambiental de áreas de potencial exploração de lítio e assegurou que as preocupações se mantêm porque as áreas previstas no território “na sua globalidade, na sua maior expressão, continuam presentes”.


Recorde-se que a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) viabilizou a pesquisa e prospeção de lítio em seis zonas, propondo nessas “uma redução de área inicial para metade”.

Analisando o mapa do documento, na Beira Interior, o concurso de prospeção abrange áreas nos concelhos da Covilhã, Fundão, Belmonte, Seia, Gouveia, Sabugal, Guarda, Fornos de Algodres, Pinhel, Almeida, Trancoso e Mêda.

“Temos de continuar com a nossa ação de sensibilização das nossas populações e também de insistência junto do Governo para que as nossas preocupações, que são as preocupações das nossas populações, sejam acuteladas e que as coisas sejam vistas como devem ser”, afirmou, em declarações à Lusa.

Referiu que as populações “estão muito preocupadas” porque, no estudo de impacto, que motivou o protesto da CIM-BSE e dos municípios, “as manchas abrangiam praticamente aldeias e vilas completas”.

O responsável esperava que “houvesse, agora, um detalhamento das áreas que efetivamente vão ser objeto de possível intervenção”, para que houvesse uma reação “mais assertiva”.

Luís Tadeu lamenta que as preocupações manifestadas não tenham sido tidas em conta e os autarcas têm de “voltar a insistir” com os argumentos, junto das entidades responsáveis pelo processo, para que os interesses das populações sejam salvaguardados.