26º Ciclo de Teatro Universitário: Mais um êxito à espera de reconhecimento local

O pano fechou-se ontem, Dia Mundial do Teatro, para 26ª edição do Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior, considerada “um êxito”, pela organização que continua a reclamar “mais apoio” e “reconhecimento” para o Ciclo e para o próprio TeatrUBI, disse Rui Pires em declarações à Rádio Clube da Covilhã.

“No caso do TeatrUBI há uma total falta de reconhecimento local. Tem 32 anos e não tem um espaço administrativo, nem para ensaios e apresentações e a autarquia tem espaços que poderiam ser cedidos para o efeito”, declarou o responsável pela companhia e diretor do festival.


Rui Pires não tem duvidas que a companhia que dirige é “a mais premiada internacionalmente em teatro universitário, já esteve em quase todos os continentes, e, localmente, não tem esse reconhecimento”.

Acrescenta que estes reparos não se dirigem só à Câmara da Covilhã mas “a todas as entidades públicas e privadas que deveriam apoiar e não apoiam”, disse

Sobre a 26ª edição do Ciclo de Teatro Universitário, que decorreu no auditório das sessões solene da UBI, de 17 a 27 de março, Rui Pires faz um balanço “muito positivo”, vincando que “teve mais público que edições anteriores”, o que “foi uma agradável surpresa” dado o mau tempo que se fez sentir em quase todos os dias. Afirma que a organização “já está a pensar na edição 27, no próximo ano”.

A edição 26 do ciclo terminou no dia Mundial do Teatro, tal como é tradição.

“Um povo que não ajuda e não fomenta o seu teatro, se não está morto está moribundo”, é uma afirmação de Federico Garcia Lorca, que espelha bem o sentimento do dia, vincou o responsável. “Deve ser aplicada não só ao teatro, é geral”, “se não amarmos os nossos artistas quem irá amar? Se não cuidarmos da nossa população quem vai cuidar? Os municípios vizinhos?”, questiona Rui Pires, reafirmando que “não se pode valorizar só quem vem de fora, porque nem sempre o que vem de fora é melhor do que o que se faz cá dentro e neste caso não é mesmo”, vinca.

Esta edição recebeu 10 espetáculos, sendo que nos primeiros dois dias se presentou a nova produção do TeatrUBI e ASTA. Foi também a companhia covilhanense, ASTA, que encerrou o ciclo com o espetáculo Matéria. Uma das noites (22) foi dedicada ao cinema produzido na UBI.

Subiram ainda ao palco duas companhias espanholas que se deslocaram à Covilhã pela 1ª vez à Covilhã: Zig Zag danza, de Gijon, e Maltravieso Teatro, de Cáceres.

O Novo Núcleo Teatro – Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa; o TEUC – Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra; Maricastaña – Aula de Teatro Universitária de Ourense; ARTE 4 – Estudio de Atores de Madrid e a Bruxa Teatro, de Évora, foram outras das companhias presentes.