Combate a incêndio no Parque Industrial do Canhoso “incendeia” reunião da CMC

Na reunião privada da Câmara Municipal da Covilhã o recente incêndio no Parque Industrial do Canhoso gerou nova troca de palavras entre os eleitos do PS e os da coligação Juntos Fazemos Melhor.

Recordar que situação idêntica já tinha acontecido na reunião de 4 de fevereiro, com José Miguel Oliveira (PS) a acusar Pedro Farromba (Juntos Fazemos Melhor) de “baixa política”, quando este afirmou que as bocas-de-incêndio não funcionaram, com o vereador socialista a referir que esta afirmação era totalmente falsa.


Na reunião de sexta-feira, 11, e a pretexto da aprovação da ata de 4 de fevereiro, a oposição voltou ao tema.

Jorge Simões, não só voltou a afirmar que as bocas-de-incêndio não funcionaram, vincando ainda que “a ADC tinha os caudais estrangulados”, e “que os carros de combate ao incêndio foram encher fora do Parque Industrial, nomeadamente, à Senhora do Carmo, Teixoso e Tortosendo porque o caudal que a rede tem no Canhoso é insuficiente”, afirmando que estas informações lhe foram transmitidas por uma fonte dos Bombeiros Voluntários da Covilhã.

O vereador afirma que o ramal da rede de incêndio no Parque Industrial do Canhoso inferior ao que está regulamentado.

Refere que é necessário “que se reponha” a tubaria de acordo com o que “está regulamentado”, e que se faça uma “vigilância às bocas-de-incêndio para que não aconteçam problemas mais graves, ou idênticos, aos que sucederam neste incêndio”, disse.

O vereador pergunta, ainda, “que ações foram desenvolvidas, ou que se prevê desenvolver” para prevenção de incêndios naquele parque, descrevendo o que considera “um barril de pólvora”.

“Há empresas com risco elevado de incêndio, como a que ardeu, a Mepisurfaces que trabalha com ácidos, há carpintarias que trabalham com madeira, colas, vernizes e tintas, há fábricas de tintas”, disse, afirmando que “é preciso minimizar os efeitos de um acidente com medidas ativas de prevenção e proteção”.

O vereador questiona ainda para quando está prevista “uma rede de combate a incêndios que cumpra os regulamentos”.

Concluiu, face ao que expôs, que as declarações iniciais de Pedro Farromba não eram falsas, frisando que no caso em apreço “houve problemas e eventual incúria”.

Questionado sobre esta matéria pelos jornalistas, depois da reunião do executivo, o presidente da Câmara frisa que “há uma série de equívocos nesta matéria”.

Destaca que o Parque Industrial do Canhoso é de primeira geração, contruído na década de 70 e à época, o diâmetro da tubaria que conduz a água às bocas-de-incêndio era de menor diâmetro que o regulamentado atualmente.

Ainda assim, e constatando este facto, Vítor Pereira sublinha que “tal não significa que no dia do incendio tivesse havido problemas no combate”.

“Eu estive lá e vi”, frisou por diversas vezes o autarca, descrevendo que “havia estrangulamento junto a uma boca-de-incêndio, mas havia várias nas imediações”, e que uma boca-de-incêndio não funcionava por ter sido furtada a tampa, o que “foi resolvido pelos técnicos em menos de 15 minutos”, disse.

Afirma que o caudal “foi suficiente”, o que foi, também, “afirmado pelo comandante dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, no local, à comunicação social”.

Quanto ao abastecimento de veículos noutros locais, Vítor Pereira explica que “é assim que se procede com sinistros desta natureza. Por uma questão de prudência, apesar de a água ser suficiente no local, como prevenção, vai abastecer-se, também, a outros sítios”, disse.

“Eu estive lá e vi duas mangueiras permanentemente com água a apagar o incêndio”, destacou Vítor Pereira.

Já sobre o diâmetro da tubaria, o autarca explica que “a autarquia está a elaborar um plano” para a sua substituição, frisando que será uma obra demorada, faseada e cara, pois há ramais que passam nas estradas e até por baixo de empresas. Explica que este não é nenhum imperativo legal ou regulamentar, dada a idade do parque Industrial.

Avança ainda que os serviços da autarquia irão realizar, com maior regularidade, vistorias às bocas-de-incêndio para que, caso surjam irregularidades, estas possam ser debeladas mais rapidamente.

Sobre o “barril de pólvora” descrito por Jorge Simões, Vítor Pereira afirma que “é um alarmismo infundado”.