O Centro de Interpretação da Argemela é o mais recente detentor da memória e identidade das terras e das gentes que se fixaram em torno do Rio Zêzere e da Serra da Argemela.
Situado no Barco, onde outrora teve lugar a “velha loja do Senhor Albano”, nasceu este espaço, por iniciativa da ARPAZ e comunidade local, e foi ontem inaugurado, a propósito das comemorações do 48º aniversário do 25 de Abril.
O Centro inclui, entre outras, atividades de investigação, inventariação, documentação, conservação, interpretação e exposição de diversos bens imateriais, nomeadamente etnográficos, históricos e técnicos, relacionados com a serra da Argemela, o rio Zêzere e a localidade do Barco.
A exposição que este Centro acolhe organiza-se em torno dos temas “A Serra e as Minas”, “A Terra e as Gentes” e “O Rio e as Margens”.
O presidente da União de Freguesias do Barco e Coutada, Vítor Fernandes, congratula esta iniciativa que “recolhe a cultura, vivências e pessoas da nossa terra, desde o passado até à atualidade”. O autarca aproveitou ainda para destacar, uma vez mais, que “é vontade da população que aquele monte (Argemela), ali se mantenha, intacto e grandioso”, referindo-se à exploração de lítio.
José Joaquim Antunes, presidente da direção da ARPAZ, explica que este Centro “nasceu de um sonho” e que pretende “conservar a história” desta terra, com o devido enquadramento, e desfazer alguns mitos.
Destacou que a obra só foi possível com o contributo de todos, sendo que a “parte mais fácil foi construí-lo, mais difícil é saber o que se lá expõe e como”.
Durante a inauguração, anunciou a criação de um catálogo e revista do Centro de Interpretação, deixando a garantia de que o Centro continuará a ser atualizado com exposições temporárias.
O presidente da direção da ADERES e vereador na CMC, José Armando Serra dos Reis, no seu discurso, defendeu a regionalização uma vez que este projeto é mais uma prova de que “localmente se faz melhor, mais rápido e com menos dinheiro”.
Vítor Pereira, presidente da CMC, enfatizou a importância deste Centro Interpretativo que “materializa a origem das suas gentes”. “Um povo sem memória não perspetiva nem lança bases para o futuro”, garantiu.
O autarca assegurou estar “sempre atento às reivindicações dos presidentes das juntas de freguesia porque são os mais próximos e os que melhor sabem das dificuldades”.
Este Centro que “vem valorizar o sul do concelho da Covilhã e esta freguesia” e vai integrar a rede de museus municipais e de museus mineiros.