Carpinteira: Revitalizar antigas fábricas para instalar novas empresas é prioridade

Reconverter o edificado em avançado estado de degradação no Vale da Ribeira da Carpinteira é uma velha aspiração da Câmara Municipal da Covilhã que, com a possibilidade de conseguir fundos do Plano de Recuperação e Resiliência, PRR, para o efeito, volta à ordem do dia.

“Desde o meu primeiro mandato que manifesto publicamente esta intenção”, refere Vítor Pereira, que deu conta do projeto que está a desenvolver, junto com proprietários deste edificado, durante o fórum sobre valorização de territórios afetados por indústrias extrativas e transformadoras, que recentemente teve lugar na UBI, e também durante a inauguração do polo da Covilhã da tecnológica Noésis.


“Empresários, Governo (através dos instrumentos financeiros de apoio comunitário) e autarquia têm vontades convergentes no sentido de se conseguir regenerar e revitalizar aquela zona”, sustenta o autarca.

Vítor Pereira especifica que fala da antiga “Nova Penteação” e da Fábrica Campos Melo, bem como do conjunto de edifícios onde existiu um pequeno aldeamento nos primórdios da indústria de lanifícios no concelho.

Avança que o trabalho para efetivar e massificar todo o projeto está em curso, sem que possa avançar mais pormenores uma vez que “convergir vontades de privados nesta matéria é sempre um processo delicado”.

Explica que a reabilitação da zona, cerca de 3 hectares de edificado, terá que ser feita de “forma faseada”, vincando que “o importante é construir muito bem o projeto”, para receber empresas diversificadas. “Ali podem ser alocadas empresas da mais variada natureza, com prevalência para as consideradas de futuro, como as de base tecnológica, mas também empresas dedicadas ao artesanato e comércio, passando por habitação, musealização, e claro que temos que falar do setor do turismo”, sustentou Vítor Pereira em declarações aos jornalistas no final da reunião de Câmara da última sexta-feira.

O autarca realça ainda que, paralelamente a este projeto de revitalização do edificado, haverá preocupação com a sustentabilidade ambiental. “Aquele vale é preciosíssimo, aquela ribeira, para além de histórica, tem esta vertente ecológica e poderemos tirar muito partido dela com percursos pedestres e a construção de pequenas pontes”, explicou

Vincando que os projetos poderão avançar em paralelo, não esconde que a prioridade “é a revitalização do edificado para criar condições para fixar empresas, criar emprego e riqueza” e depois “tratar das questões do embelezamento”, sem nunca “descurar a sustentabilidade ambiental”, disse.

O vereador da coligação “Juntos Fazemos Melhor”, Pedro Farromba, vinca que a bancada da oposição na reunião de câmara “congratulou” a autarquia “pelo projeto de intervenção anunciado”. “Esta era uma das nossas bandeiras de campanha e disponibilizamo-nos para enviar à Câmara Municipal o nosso projeto para que possa analisar e enquadra-lo numa candidatura ao PRR”, disse o vereador.