Governo condecora Fábio Guerra a título póstumo

Foi ontem publicado em Diário da República o louvor que condecora, a título póstumo, com a medalha de serviços distintos da PSP, grau ouro, ao agente Fábio Guerra, que morreu no passado dia 21 de março.

“Louvo, a título póstumo, o agente Fábio Micael Serra Guerra, da Divisão da Amadora, do Comando Metropolitano de Lisboa, pelo profissionalismo que evidenciou durante o ano e dez meses em que prestou serviço na Polícia de Segurança Pública e pela forma altamente meritória, competente e dedicada com que serviu a causa da segurança, da ordem e tranquilidade públicas”, refere a condecoração assinada pela ex-ministra da Administração Interna Francisca van Dunem.


O agente Fábio Guerra, de 26 anos, morreu a 21 de março, no Hospital de São José, em Lisboa, devido às “graves lesões cerebrais” sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome, em Lisboa.

A ex-ministra refere que, apesar da sua juventude, o agente Fábio Guerra “demonstrou ser possuidor de elevada competência técnica e grande capacidade de trabalho, colocando toda a sua generosidade e coragem ao serviço da sua profissão e do trabalho policial, que desempenhou com grande brio, em prol da segurança dos cidadãos”.

“Profissional dedicado e com grande espírito de sacrifício, sempre demonstrou uma grande disponibilidade para o serviço, marcando a sua ação pelo rigor, pela lealdade, pelo sentido de responsabilidade e pela vontade de bem servir, granjeando, com a sua atitude, o respeito e o reconhecimento de todos os que com ele trabalharam”, diz o louvor.

Na condecoração, a ex-ministra refere que “foi com esta vontade de bem servir que, na madrugada do dia 19 de março, junto a um estabelecimento de diversão noturna, em Lisboa, o agente Fábio Guerra, acompanhado de três outros camaradas, apesar de não se encontrar de serviço, decidiu, todavia, intervir com o objetivo de fazer cessar agressões em curso entre dois grupos de cidadãos, tendo ele próprio sido vítima de brutal agressão, que viria a causar-lhe a morte”.

“Face ao exposto e atento o seu desempenho, o ato praticado pelo agente Fábio Guerra, que evidencia abnegação, altruísmo e um superior sentido de missão, é merecedor de adequado reconhecimento público, pelo que se afigura de inteira justiça a concessão do presente louvor, devendo os serviços por si prestados ser considerados extraordinariamente importantes e distintos”, salienta o louvor publicado em Diário da República.

Dois dos suspeitos envolvidos nas agressões, fuzileiros, estão em prisão preventiva indiciados na prática, em coautoria, de um crime de homicídio qualificado e três crimes de ofensas à integridade física qualificadas.

Segundo a PJ, “a investigação prossegue com vista à eventual identificação de outros envolvidos e ao cabal esclarecimento dos factos”.

Fotografia: André Kosters/LUSA