ADE: Sócios aprovam contas. Pagar a dívida é a prioridade

A assembleia geral da Associação Desportiva da Estação, ADE, aprovou ontem à noite, por unanimidade dos sócios presentes, as contas do exercício fiscal de 2021.

Com um saldo de gerência positivo na ordem dos 4.850 euros, e uma diminuição da dívida de cerca de 15 mil euros, a direção do clube considera que as contas estão “controladas”, mas afirma que só pagando a dívida o clube pode “pensar em outros projetos de futuro”.


Com um passivo total de cerca de 758 mil euros, em que se incluem empréstimos bancários na ordem dos 600 mil euros, Paulo Ramos, presidente da direção do clube, considera que estes números condicionam a ação do clube. Só pagando os empréstimos contraídos para a construção do complexo desportivo é que se pode encarar o futuro de forma mais “descansada”.

Esta situação acarreta despesas mensais de cerca de 2.200 euros, “o que para uma associação destas é um valor elevadíssimo” por um lado, por outro significa que “pagamos pouco, porque não podemos pagar mais” e a situação vai arrastar-se no tempo. Avança que foram “criadas condições de tesouraria” para acomodar a situação mensal , mas é preciso pensar em “soluções definitivas”, disse.

Avança que há várias soluções “em hipótese” sendo que as negociações com a Câmara estão sempre à cabeça. De resto, o clube defende que face a promessas do passado, “do ponto de vista moral” a autarquia tem “esse compromisso”.

“Em termos morais a Câmara Municipal da Covilhã poderá ter obrigações face a esta situação”, mas “em ternos legais”, Paulo Ramos, vinca que “não existe nada, nem de forma formal ou informal nunca houve essa promessa”, “já me disseram: vamos ajudar a resolver o problema, mas nada em concreto, e isto vale o que vale”, disse aos jornalistas quando questionado sobre se alguma vez a autarquia tinha assumido esse compromisso.

Paulo Ramos coloca em cima da mesa as várias soluções que já foram veiculadas ao longo dos anos, nomeadamente a municipalização do complexo desportivo, em troca do assumir da divida. “O importante é resolver a questão, porque se resolvermos a questão financeira, tudo o resto a ADE tem e pode gerir perfeitamente o dia-a-dia”.

“Quando questionam porque não entramos em futebol de 11, está aqui a resposta, só se alguém pagar, à cabeça, todas as despesas”, desabafa o dirigente.

Para além do diálogo com a Câmara Municipal da Covilhã, a direção do clube não põe de parte outros investidores ou empresas, embora avance que neste campo “só há conversas” e sempre com “muito cuidado”.

“Há muita gente a dizer que traz jogadores, faz e acontece e depois acontecem situações como a que aconteceu na Guarda”, recorda Paulo Ramos, vincando que nesta matéria tudo será feito “com muitas cautelas”.

Paulo Ramos defende que a linha de negociação com a Câmara Municipal está sempre em aberto e é por aí que terá que passar a solução.