A Santa Casa da Misericórdia da Covilhã dinamizou, ontem, no Jardim do Lago, uma Mostra Cultural inserida no mês da DiverCidade cultural. O representante da União das Misericórdias Portuguesas, presente neste evento, garantiu que esta Misericórdia é uma “referência” no acolhimento de migrantes.
O programa do evento iniciou-se com uma atuação das Adufeiras do Paul e abertura da feira cultural, seguida de uma mesa intercultural que juntou diversas entidades a conversar, de forma informal, sobre temas relacionados com a diversidade e inclusão cultural e cidadãos migrantes residentes na cidade.
Neto Freire, provedor desta instituição, realçou o importante trabalho realizado, desde 2015, pelo CLAIM – Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes da Misericórdia da Covilhã, que neste momento apoia 324 refugiados.
“A atividade de hoje pretende sensibilizar a população da Covilhã da importância das diversas culturas que estes migrantes trazem”, realçou, afirmando que “os migrantes olham para a Misericórdia como uma família”.
“Há muitos migrantes que trabalham na misericórdia da Covilhã. Mais importante que acolhe-los é integra-los”, garantiu.
Na tarde de ontem, os migrantes puderam partilhar com a comunidade a sua cultura, o que o provedor considera essencial, visto que afirma que “só podemos integrar pessoas se as conhecermos e soubermos a forma de lidar com elas”.
Mariano Cabaço, diretor de Fundos Comunitários e Apoio a Projetos da União das Misericórdias Portuguesas, felicita esta instituição que, segundo o mesmo, “no conjunto das 4 centenas de Misericórdias no país é a nossa referência no acolhimento e integração de migrantes”.
Colocando em destaque o “excelente trabalho” por esta realizado, vincou que “as pessoas que integram estes projetos vêm com fragilidades que importa respeitar. A Misericórdia tem o cuidado de olhar para a pessoa no seu todo e respeitar as diferenças e integrar convenientemente”, disse.
Mário Ribeiro, diretor do Departamento de Apoio e Assistência Migratória do Alto Comissariado para as Migrações (ACM), explicou o histórico de emigração e imigração do nosso país e os desafios ultrapassados.
O responsável enunciou que, em 2004, a ACM abriu Centros Nacionais de Apoio à Integração de Migrantes e, em 2016, criou Rede Nacional de Apoio com 4 Centros Nacionais e 150 Centros Locais, distribuídos por todo o país.
Mário Ribeiro divulgou que, na Covilhã, a comunidade mais representativa é a brasileira seguida de angolana, cabo-verdiana e indiana. “As cidades europeias Espanha, Itália e França encontram-se também no top 10”, disse, acrescentando que, na Covilhã, há 1497 estrangeiros de 61 nacionalidades “o que demonstra a diversidade que vivemos nesta cidade”.