Autarca de Manteigas tece críticas ao combate às chamas na Serra da Estrela

O presidente da Câmara Municipal de Manteigas, Flávio Masseno, deixou algumas críticas às opções que estão a ser tomadas em relação ao combate às chamas. O autarca lamenta que “a faixa primária e o estradão de terra, que divide Manteigas do concelho de Covilhã, não tenha sido devidamente aproveitado para extinguir o fogo”.

“Havia uma faixa primária e estradas de terra no limite dos dois concelhos que poderiam e deveriam ter sido aproveitados para extinguir o fogo ainda no sábado, durante a madrugada, e no domingo de manhã”, defende o autarca, acrescentando que tal “não aconteceu e que, a partir do momento que galgou a faixa primária, que estava em condições, e que passou o estradão de terra, obviamente sabíamos que íamos ter um desastre em Manteigas, e foi isso que se verificou”.


O presidente da autarquia de Manteigas vai mais longe e realça que “no final do incêndio vamos ter que apurar o que aconteceu, porque essa questão todos os manteiguenses estão a fazer, todas as pessoas que aqui estão já a fizeram e, portanto, temos que encontrar respostas”.

Flávio Masseno afirma, ainda, que o incêndio que deflagrou no sábado, às 03h18, na Vila do Carvalho, consumiu mais de mil hectares do seu concelho, que fica em pleno Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).

“Manteigas [concelho] está totalmente dentro do PNSE. Em termos de área ardida, apesar de ainda não estar totalmente feito o cálculo, estima-se que já arderam mais de mil hectares”, avançou o autarca à agência Lusa.

O autarca sublinhou que o incêndio, em Manteigas, está em fase de rescaldo. “Estamos em vigilância. Temos aqui alguns focos de fogo, controlado. São pontos quentes que não podemos deixar reativar. Neste momento, está controlado deste lado”, adiantou.

Fonte do Comando Distrital (CDOS) de Castelo Branco avançou, à RCC, que, há uma hora (15h20), existia uma frente ativa, mas controlada, em Manteigas, e uma frente na zona de Verdelhos, zona limite entre Manteigas e Covilhã, sendo, neste momento, “a situação mais preocupante e que envolve a maior concentração de meios”.

Segundo a fonte do CDOS de Castelo Branco, a estrada nacional 338, que liga Piornos a Manteigas, ainda está cortada ao trânsito, não existindo, no entanto, habitações em risco.

Estão, a esta hora (16h20), 569 operacionais no terreno, auxiliados por 169 viaturas e seis meios aéreos.