Devido às previsões de tempo quente e seco, com temperaturas acima dos 40º, e ventos fortes que podem avançar a mais de 40-60km por hora, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, declarou que o território continental português se encontra em estado de alerta entre amanhã e terça-feira, sendo que, no final deste dia, será realizada uma reunião para definir se o estado de alerta é mantido.
Na reunião que decorreu ontem, dia 19, na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), José Luís Carneiro sublinhou que “64% dos incêndios se devem a uso do fogo, como queimas e queimadas, e uso de maquinaria em espaço florestal e agrícola”. A declaração do estado de alerta reforça, portanto, os termos de proibição de uso de maquinaria e de outros trabalhos em espaços agrícolas e florestais.
Neste sentido, o governante anunciou, ainda, a autorização da contratação de mais 500 bombeiros e o reforço do patrulhamento com mais 25 equipas das Forças Armadas e da GNR, com o objetivo de “dissuadir comportamentos indevidos de uso do fogo no espaço rural”.
“A ANEPC fica com autorização para avançar com a contratação de mais 100 equipas de bombeiros, o que significa mais 500 homens, tendo em vista reforçar os meios humanos e permitir que esta reposição de meios mantenha o vigor e a eficácia que tem existido até agora”, salientou o ministro, acrescentando que “o combate ao incendiarismo é uma prioridade”, uma vez que o mesmo “duplicou de 13% para 26% das causas, entre julho e agosto”.
José Luís Carneiro anunciou, também, a antecipação de pagamento de um milhão de euros às associações de bombeiros voluntários e relembrou que “é preciso avaliar o desgaste dos meios humanos e materiais no terreno” e “facilitar a mobilização dos bombeiros voluntários que trabalham em serviços públicos e privados”.
Recorde-se que esta segunda-feira, dia 22, está marcada uma reunião entre representantes de vários ministérios e os autarcas dos concelhos mais afetados pelo incêndio da Serra da Estrela, nomeadamente Covilhã, Guarda, Manteigas, Celorico da Beira e Gouveia, com o intuito de aferir os prejuízos causados e “estabelecer as medidas necessárias de apoio”.
De acordo com dados preliminares avançados pelas autoridades, o incêndio, que ainda não foi declarado extinto, devastou um quarto do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), tendo consumido mais de 25 mil hectares em seis concelhos.