Medidas de emergência social e levantamento de danos com apoio da CMC estão no terreno

Medidas de emergência social para apoio aos afetados pelo incêndio da Serra da Estrela já estão no terreno, bem como a ajuda da câmara e juntas de freguesia das áreas afetadas, para o levantamento de danos e prejuízos, garante o presidente da Câmara Municipal da Covilhã.

Segundo o autarca, o ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, está a preparar um dossier de apoios que não vai deixar ninguém de fora.


Em entrevista à Rádio Clube da Covilhã Vítor Pereira frisa que “ainda o incêndio lavrava no concelho da Guarda, já no concelho da Covilhã se promoviam reuniões nos territórios lesados e logo nessa altura foram entregues fichas de diagnóstico, para fazer o levantamento de todos os danos e prejuízos”, descreve Vítor Pereira, agilizando desta forma um processo que nem sempre pode ser feito por via digital.

Um levantamento que é “extremamente importante”, reforça Vítor Pereira, recordando que há duas semanas para o fazer e dele dependem muitos dos apoios que estão a ser preparados para a região.

“95% da eficácia das medidas de apoio, ou mais, depende do levantamento”, vinca o presidente para realçar a importância desta ferramenta, frisando que “se não for bem feito e rigoroso”, também as medidas de apoio o não serão.

Para além deste trabalho, no terreno estão já medidas de emergência social com o propósito de apoiar os mais necessitados, descreve o autarca, explicando que esse apoio está a ser feito pelas direções regionais de segurança social, mas também pelas câmaras e juntas de freguesia.

Quanto a apoios futuros, o autarca elenca várias medidas que estão a ser preparadas pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e que terão uma “expressão adequada e proporcionada”, sublinha

“Haverá apoio aos trabalhadores independentes, sob a forma de isenções, para se reabilitarem num futuro mais próximo, bem como apoio aos que têm agricultura de subsistência e que ficaram sem as suas hortas e animais, mesmo não estando formalmente inscritos neste setor”, afirma Vítor Pereira, citando medidas avançadas por Ana Mendes Godinho na reunião da última segunda feira.

O autarca avança, ainda, que está a ser preparado um dossier de incentivos e isenções de contribuição para a Segurança Social que ajudem à fixação de trabalhadores neste território.

Também as IPSS’s que estavam com dificuldade em conseguir apoios no âmbito do PRR, para obras e requalificações, terão uma ajuda excecional, destaca o autarca.

Outro dos dossiers de apoio diz respeito aos produtores florestais, para que não sejam “vítimas de especulação”.

“O objetivo é que a madeira queimada que está no terreno seja retirada o mais rapidamente possível, para que os produtores florestais não sejam prejudicados no valor económico que tinham nas suas explorações. Ou seja, o estado vai subsidiar este processo de forma a que estes produtores não sejam vítimas de especulação e de quem se quer aproveitar, comprando «por umas cascas de alhos» algo que tem muito mais valor”, destaca.

São algumas das medidas a implementar para apoio aos territórios lesados pelo grande incêndio da Serra da Estrela, que entre 6 e 18 de agosto consumiu cerca de 25% do Parque Natural da Serra da Estrela.

“Uma tragédia de proporções inimagináveis”, descreve Vítor Pereira, reforçando que se alguém, algum dia lhe dissesse que a Serra iria arder com esta intensidade e que o Parque seria atingido desta forma danosa teria dificuldade em aceitar.

Um facto a que não são alheias as alterações climáticas, a seca e as altas temperaturas que este ano se fazem sentir, lamenta o autarca.

Vítor Pereira agradece ainda a todas as associações e particulares, nomeadamente Guardiões Serra da Estrela, que têm tido ações de apoio que a autarquia tem ajudado com a logística possível. Elenca ainda a Clínica Veterinária da Covilhã, na pessoa de Hugo Brancal, que no terreno, junto com outros colegas veterinários, têm prestado apoio aos animais feridos e afetados pelo incêndio.