Ministério do ambiente avança com 25 milhões para revitalizar Serra da Estrela

O Ministério do Ambiente vai avançar com cerca de 25 milhões para o “ambicioso plano de revitalização da Serra da Estrela”. O número foi avançado na reunião que decorreu, a pedido da Câmara Municipal da Covilhã, entre o ministro do ambiente, Duarte Cordeio, o secretário de estado das florestas, João Paulo Catarino, e duas associações ambientais, nomeadamente, a Guardiões da Serra da Estrela e a Amigos da Serra da Estrela.

A informação foi avançada à Rádio Clube da Covilhã por Vítor Pereira, presidente da Câmara da Covilhã, que considera o encontro de “extrema importância para habilitar o Ministro do Ambiente a melhor densificar as medidas que vai propor para a Serra da Estrela”, dado o profundo conhecimento do território de Manuel Franco (Guardiões SE) e José Maria Saraiva (ASE).


Vítor Pereira frisa que entre as medidas “urgentíssimas” a colocar no terreno estão a estabilização do solo em todo o perímetro do incêndio.

Entre esses trabalhos está a prevenção de escorrências e deslizamentos, limpeza de condutas, valetas e vias de comunicação e contenção de pedras para evitar deslizamentos, entre outros trabalhos que urge colocar no terreno para minimizar maiores problemas, explica o autarca, destacando que decorrem, em simultâneo, trabalhos para evitar a contaminação dos dois principais cursos de água que nascem na Serra da Estrela – o Zêzere e o Mondego – e que são responsáveis por levar água potável a milhões de pessoas.

Um plano de revitalização ambiental do Parque Natural da Serra da Estrela, que “começa com estes trabalhos” e que se irá prolongar no tempo, contemplando o “ordenamento florestal, com especial destaque para reflorestação com árvores e arbustos autóctones e sua valorização, a rede primária de contenção e o mosaico que tem que existir”, descreve o autarca.

“A Universidade da Beira Interior e os politécnicos de Castelo Branco e Guarda serão responsáveis pela criação de um “Hub Tecnológico” para ajudar a implementar o plano”, é ainda descrito por Vítor Pereira que vinca que os autarcas e o Governo “contam com os académicos e os cientistas”, mas quem está no terreno e o conhece, como estas associações e outras, caso dos baldios “que têm também uma palavra muito importante e decisiva a desempenhar deste processo, até porque ocupam uma área significa no Parque”, referindo que há “um sem número de dificuldades e constrangimentos que têm que ser ultrapassados em conjunto”.

“Não há expressão monetária para a Fauna e Flora que foram destruídas e todos temos que trabalhar no sentido de repor os ecossistemas”, frisa o autarca, descrevendo que “há várias formas de o fazer”, sendo que, no entendimento seus congéneres da região, reunidos na segunda Feira em Manteigas, “a melhor forma de o fazer é «ocupando» melhor a serra para a defender, seja do ponto de vista turístico, da visitação, do disfrute desportivo e tudo o mais que está relacionado com a Serra”, como seja as espécies de arvores e arbustos a reflorestar, avança.

Outro dos grandes objetivos é “evitar que aconteça de novo uma tragédia desta dimensão”, diz o autarca, frisando que “estes 22 mil hectares têm que ser revitalizados. Vai levar muitos anos, mas todos estamos empenhados, a trabalhar em rede, criando grupos online para reunir e rumar todos nesse sentido”, refere ainda o edil, elencando neste grupo presidentes de câmara e de junta, governantes e elementos de várias associações.

Afirma que “é tempo de aproveitar esta catástrofe para melhorar o que não estava bem, e havia muito que não estava”, descrevendo as dimensões das redes primárias, o tipo de vegetação, os acessos, os pontos de água. Defende que é preciso criar mais pontos de água e mais vias de circulação, frisando que não é “tendo uma floresta fechada que melhor a defendemos”.

Refletindo, Vítor Pereira afirma que há 3 atitudes face a uma tragédia desta dimensão. “Os que ficam desolados, os que ficam revoltados e com desejo de punição e outros com vontade de olhar em frente e recuperar”. Vinca que “compreendendo todos”, é dos que quer olhar em frente e ajudar a resolver os problemas”, frisando que esse é “o sentimento dominante nos restantes autarcas da região”.

A “Serra da Estrela foi atingida no coração, está ferida, mas está viva e precisa da ajuda de todos”. “Que todos nos visitem e desfrutem do muito que ainda há na Serra da Estrela”, conclui o autarca.