FENPROF: Mário Nogueira na Covilhã apela à luta dos professores

Aumento salariais que acompanhem a inflação, contestação à proposta do governo sobre os concursos de colocação de professores, bem como a valorização das carreiras, são alguns dos temas que estão a ser abordados nos plenários de professores que a FENPROF está a promover em todo o país.

Na Covilhã, na escola Secundária Frei Heitor Pinto, Mário Nogueira, Secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), à entrada para a reunião plenária, realça como focos da contestação o facto de haver “carreiras que estão congeladas para mais de 5.500 professores”, “carreiras em que o tempo de serviço não é contado”, para além de ser uma profissão em que a maioria está deslocada e “sem condições financeiras de pagar uma segunda habitação”, vincado que “são mais do que razões para os professores se juntarem ao dia de greve da administração pública agendada para amanhã”.


Ainda sobre as questões específicas dos professores, realça a proposta de alteração ao atual modelo de concurso de colocação, “que acaba com o que se pode considerar a transparência e a objetividade nas colocações, para passar a haver quadros coincidentes com as áreas da CIM”, o que considera “o início de um processo de municipalização da colocação de professores”.

Explica que nesta proposta se acaba com “com o critério da graduação profissional, que é transparente, para serem constituídos conselhos locais de diretores que vão contratar professores e distribui-los pelas escolas, o que está a merecer, até da parte de muitos diretores, muita contestação”, realçou, frisando que “é uma proposta”, mas se “não houver oposição, avançará”.

O dirigente defende que “melhorar o modelo atual de concurso” deve ser o caminho a seguir, no sentido de os professores “poderem mais facilmente aproximarem a sua colocação da sua área de residência”.

Recorda que os professores e educadores estão entre os grupos profissionais que mais se sujeitam a deslocações diárias e ao aluguer de segunda e, mesmo, terceira habitação quando são casais, sem que lhes seja assegurado qualquer apoio para o efeito, fazendo um paralelismo com a saúde onde “há apoios para a colocação de profissionais”, disse.

“A insatisfação dos docentes está a transformar-se em forte indignação e a FENPROF está disponível para lhe dar expressão de luta”, realça o Sindicato, que está a realizar plenários em todo o país que servirão para “esclarecer, debater e apontar formas de luta a desenvolver pela FENPROF, tanto autonomamente, como em convergência com outras organizações sindicais”.