Santa Bebiana: Paul volta a ser capital da jeropiga a 2 e 3 de dezembro

A tradicional festa de Santa Bebiana vai decorrer no Paul a 2 e 3 de dezembro. O certame vai já para a 16ª edição desde que foi retomado e segundo a organização assume-se cada vez mais como um cartaz cultural que extravasa as fronteiras da região.

Trata-se de uma organização da Junta de Freguesia local e da Casa do Povo, com a particularidade de ter uma comissão própria que envolve muita gente da sociedade civil, sobretudo jovens, outras associações e voluntários.


É uma festa pagã que pretende celebrar a tradição ancestral de provar o vinho novo por esta altura, explicou Leonor Narciso, presidente da Casa do Povo do Paul.

“Também é uma festa onde há uma ‘adoração’ a toda a parte do Baco e do vinho, mas que tem na sua origem o convívio salutar entre os pastores e os ganhões”, explicou.

Descreve que “por esta altura da abertura dos pipos os pastores desciam a serra, movimentavam-se e iam de loja em loja para provar o vinho e quase formavam uma procissão, confraternizando entre si”.

Leonor Narciso falava hoje, ao final da manhã, na conferência de imprensa que serviu de apresentação do evento.

Na sua intervenção sublinhou a alegria que sente por ver um grupo de jovens que se juntou à organização, e que veio trazer uma nova roupagem à festa. “Pessoas arrojadas, com uma visão diferente de ver o mundo, o associativismo e de trabalhar em rede. Vieram dar uma lufada de ar fresco”, disse.

A Festa deste ano terá dois grandes temas, a pastorícia e a viticultura, disse Jorge Pedro, líder da comissão executiva, explicando que programa vai desenvolver-se ao longo de sexta-feira e sábado.

Para além das diversas atividades programadas destaca que é também objetivo da comissão, envolver a comunidade e as associações locais, bem como “sensibilizar para o património que existe”, neste caso imaterial, “que deve ser recolhido e registado”, disse.

Gabriel Gouveia, presidente da Junta de Freguesia do Paul, realça a “grandeza e história” que esta festa pagã já granjeou. “É um evento que engrandece a nossa freguesia”, afirmou. Vinca que está ao lado desta organização, como de todas as outras que existem na freguesia.

“É uma atividade com grandiosidade, queremos que evolua de ano para ano, que não haja mais interregnos e que todos se unam para que possamos dignificar o associativismo do Paul, que é bastante grande, e também a nossa freguesia”, disse.

José Miguel Oliveira, vereador com o pelouro do associativismo na Câmara Municipal da Covilhã, mostrou o apoio inequívoco da autarquia a esta realização, vincando que é um evento que “tem todas as potencialidades para, além de ser a marca do Paul que já é, ser também uma marca identitária do concelho”.

“Tem todas as condições para ser uma marca do Paul, como já é, mas também para ser uma marca do concelho, que extravase, inclusivamente, as suas fronteiras, dando a oportunidade a quem nos visita de ter uma vivência única e ímpar de contacto com a cultura popular”.

O vereador não tem dúvida que todos os visitantes terão no Paul uma experiência única “de contacto com várias formas de arte. A visão que está patente nesta edição é a oportunidade que vai acontecer de se ver algo que não é habitual”, sustentou.

Mais tarde, às 22:00, terá lugar o concurso para eleger a melhor jeropiga entre as tasquinhas concorrentes.

No sábado, o certame decorre entre as 15:00 e as 03:00, e os ex-libris do dia acontecem às 22:00, com a procissão profana, seguindo-se o sermão bebiano, pelos pregões de fora, que deve ocorrer cerca das 23:00.

Em permeância, graças a 25 parcerias estabelecidas, há exposições, tasquinhas e artesanato. A animação de rua está a cargo de 15 grupos diferentes, informou ainda a organização.

Programa completo na página oficial do evento no Facebook