Violência doméstica aumenta na Cova da Beira. Registaram-se 121 novos casos em 10 meses

O Gabinete de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica da CooLabora, que abrange os concelhos da Covilhã, Belmonte e Fundão, registou, nos primeiros 10 meses do ano, um aumento de 18,6% de novos processos face ao período homólogo de 2021, refere em Nota de Imprensa.

A mesma fonte destaca que “este ano, só até outubro, deram entrada 121 novos processos de vítimas adultas, que se vieram a somar aos 138 que transitaram de anos anteriores e que ainda estão em acompanhamento, perfazendo 259 vítimas”.


No documento a CooLabora descreve que mais de 90% das vítimas são do sexo feminino e que, em 95,6% das situações, quem agride é do sexo masculino, regra geral com uma relação de intimidade com a vítima, frequentemente na condição de ex: maridos, namorados ou companheiros.

Considera também preocupante a violência contra as crianças, frisando que na resposta especializada criada no último ano para apoiar crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica, nos três concelhos, está a “acompanhar cerca de 70 crianças e jovens. Só no corrente mês em que se assinalam os direitos das crianças e jovens, chegaram 10 pedidos”, vincando que “84% das pessoas agressoras são as progenitoras”.

“Existem cada vez mais crianças isoladas, diagnosticadas com perturbações de ansiedade e humor, jovens incapazes de manter relacionamentos afetivos funcionais, a assumirem comportamentos de desafio e risco com objetivo de amenizar a dor psicológica”, descreve o documento, vincando que “não são birras, não é ‘má-educação´, são pedidos de ajuda”.

Refere que “são crianças e jovens aterrorizadas pelo medo, coagidas a “não contar a ninguém”, envolvidas/os num trauma diário marcado pela agressão, inversão de papéis familiares e ainda, pela necessidade de muitas vezes protegerem as mães. Dizemos mães porque em 98,3% das situações acompanhadas, os agressores são do sexo masculino”.

Segundo o documento 11,4% dos casos são crianças entre os 4 e os 6 anos de idade e 25,7% têm entre 7 e 10 anos.