“O 6 de Setembro” considera que Plano Ferroviário Nacional “nada traz para a região da Beira Interior”

Na sequência do debate acerca do Plano Ferroviário Nacional (PFN), colocado em discussão pública pelo Governo no passado mês de novembro, António Pinto Pires, membro fundador da associação “O 6 de Setembro”, afirmou que este plano “não traz nada, ou muito pouco, para a região da Beira Interior, sobretudo para a Linha da Beira Baixa”.

Em nota de imprensa enviada à RCC, António Pinto Pires sublinha que tal “não constitui novidade pela metodologia utilizada na reabertura da linha no troço entre Covilhã e Guarda”, vincando que, nesse troço, os comboios de passageiros não ultrapassam velocidades para além dos 90km/h”.


Neste sentido, o membro da associação avança que “não deixa de causar perplexidade, face a tamanho investimento, não ter havido a ousadia de se ter procedido a retificações de traçado, possíveis, desejadas e muito faladas”.

Segundo consta no Plano Ferroviário Nacional, um dos objetivos é “diminuir o tempo de viagem entre Covilhã e Lisboa para menos de três horas”, de forma que a ferrovia “se torne competitiva com a rodovia”.

Relativamente a esta medida, António Pinto Pires salienta que a competição com outros modos de transporte “não move” a associação.

“Interessa, sobretudo, conferir à Linha da Beira Baixa um nível de modernização compatível com os padrões atuais da ferrovia e clarificar que variantes vão ser essas”, realça a fundação “O 6 de Setembro”, frisando que objetivo é “não se cometer o mesmo erro levado a cabo no troço Covilhã-Guarda”.

Entre as várias soluções, “O 6 de Setembro, Grupo de Amigos do Caminho de Ferro da Beira Baixa” destaca a construção de um novo túnel sob a Serra da Gardunha, a partir do Fundão até Alpedrinha, reconhecendo, no entanto, que a maior dificuldade é “todo o trajeto de Rodão até Belver”.

“O reforço das barreiras e os sensores para agir em caso de desmoronamento não passam de paliativos”, frisou António Pinto Pires relativamente ao troço entre Rodão e Belver, destacando que a solução “terá de passar pelo afastamento da via do rio; nos pontos mais vulneráveis, recorrer à construção de túneis embutidos nas encostas; e eliminar pontes, substituindo as mesmas por viadutos”.

De acordo com a associação, com estas requalificações, “é possível os comboios atingirem velocidades entre os 100 e os 120km/h”.

“Só nos resta vaticinar que o PFN não nos passe ao lado, acentuando, ainda mais, esta interioridade tão cara”, vinca António Pinto Pires, acrescentando, ainda, que “é tempo de todas as estruturas da região se unirem em torno desta realidade”.