Joaquim Matias, presidente da direção dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, aproveitou a assembleia geral da corporação, realizada nesta sexta-feira à noite, para responder às críticas que ainda circulam sobre o combate ao incêndio na Serra da Estrela, apelando a que a comissão “veja com olhos de ver” tudo o que se passou.
“Queria nesta assembleia relembrar que o incêndio na Serra da Estrela não é como alguns ‘papagaios’ dizem, que se podia combater no momento X e que não se combateu e ele galgou e só se combateu passado alguns dias. Só gente que não sabe o que é estar no teatro das operações, que não sabe o que é um incêndio e os comportamentos de um fogo, pode fazer estas afirmações. Deus queira que a comissão que foi nomeada para analisar esta ocorrência veja, com olhos de ver, o que aconteceu e o que é que algumas pessoas fizeram, que quanto a nós, em vez de beneficiarem o combate incendiaram mais o incêndio”, disse
O responsável não esconde a revolta com a recente reportagem realizada sobre esta matéria, em que alguns intervenientes surgem de cara tapada, “atrás do anonimato, escondidos cobardemente”, afirmando que “fala de cara destapada e assumindo o que está a dizer”.
Joaquim Matias sublinha o empenho de todos os operacionais e da corporação neste combate que não poupou meios, realçando que em apenas 3 ocorrências se gastaram 300 mil euros.
No final dos trabalhos da assembleia, questionado pelos jornalistas, não quis especificar a quem se refere, deixando para a investigação e para a comissão nomeada, esse trabalho.
Vinca que espera que a investigação identifique os que “cobardemente, vieram dizer o que disseram e que vejam os vídeos que foram gravados, que vejam se houve contrafogo e se este foi autorizado”, frisando que “há muita coisa para ver neste incêndio e muito para aprender”. Afirma que “há muita coisa ainda para saber”.
“Não aceito que venham denegrir a imagem de operacionais, só porque a estratégia não foi a que pensaram, sendo certo que havia um comando acima dos que pensaram que a estratégia deles era a melhor, quando nem teria sido, certamente”, concluiu.
Realçando que não é operacional, Joaquim Matias frisa que tem de estar ao lado de todos os operacionais que, na Serra da Estrela, combateram este incêndio.