Comerciante de Sameiro vítima das enxurradas de setembro reclama ajuda: “Governo-me de quê?”

Alice Duarte, comerciante com loja aberta em Sameiro, freguesia do concelho de Manteigas, viu o seu negócio e muitos dos seus bens serem levados pela enxurrada que ocorreu na localidade de 12 para 13 de setembro e, segundo relatou na reunião publica da Câmara Municipal de Manteigas, até ao momento não recebeu qualquer ajuda.

Afirma que está “sem esclarecimentos” e sem saber o que fazer. Das seguradoras respondem que não têm responsabilidade, disse, relatando a situação desesperada em que se encontra.


Os carros, dois que estavam na rua e três na garagem, foram destruídos pela enxurrada, as lojas, a casa, tudo foi afetado, relata.

“Vou-me governar de quê? Do comércio que estávamos a trabalhar? Eu fiquei sem nada” disse na reunião publica da Câmara Municipal de Manteigas.

Flávio Massano, presidente da Câmara Municipal, disse que nesta matéria a ajuda deve chegar, segundo informação que obteve junto de um membro do Governo, do Ministério da Coesão Territorial.

O autarca recorda a visita de Ana Abrunhosa à freguesia e a promessa de um aviso de candidatura para apoio ao comércio, que já existiu noutras calamidades, e que pode ir até 200 mil euros.

As candidaturas ainda não abriram, mas o autarca mostra-se convicto que estará para breve. Sendo este o único comércio afetado no concelho, garante que os serviços da Câmara Municipal irão ajudar na elaboração de candidatura e em toda a ajuda possível.

Flávio Massano recorda também as medidas de apoio anunciadas na Covilhã, para os concelhos do Parque Natural da Serra da Estrela afetados pelos incêndios, no âmbito do programa Transformar Comércio, a que Alice Duarte pode recorrer, prevendo-se aqui um apoio até 7.500 euros.

“É uma primeira ajuda e nós não podemos deixar para trás nenhuma. É pouco mas temos que ir lá”, aconselhou.

Recordar que na madrugada de 12 para 13 de setembro chuvas torrenciais, nas encostas afetadas pelos incêndios, provocaram uma enxurrada de lama e detritos, que causaram prejuízos de cerca de um milhão de euros na freguesia de Sameiro.