Greve professores: Mais de meio milhar manifesta-se na Covilhã

Mais de meio milhar de professores manifestou-se esta manhã, na Covilhã, no âmbito da greve convocada por 9 estruturas sindicais, que prevê um dia de greve em cada distrito, sendo hoje a vez de Castelo Branco.

Com uma adesão superior a 90%, Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF, que esteve na Covilhã, frisa que apenas “um número muito residual” de professores está a dar aulas e são muito poucas as escolas que não encerraram.


O sindicalista frisa que estes números provam que “as propostas apresentadas na sexta-feira pelo Governo não chegam para travar a luta dos professores”.

“Mais de 90% dos professores mantém-se em greve, algumas escolas, poucas, não fecharam, mas têm a trabalhar apenas um ou dois professores. Isso tem um significado muito importante, porque na sequência da reunião de sexta-feira podia acontecer que os colegas considerassem que as propostas eram boas e não aderissem, mas a resposta está aqui”, frisou Mário Nogueira.

O sindicalista dá conta que “são propostas inaceitáveis, nalguns casos muito insuficientes”, nomeadamente na vinculação que prevê vincular professores “com 3 anos de serviço e deixar de fora alguns com 10 e 15 anos”, e no caso dos “quadros de zona pedagógica, transforma-os em híper-agrupamentos, distribuindo serviço aos professores em todas as escolas dessa zona”, explicou.   

Mário Nogueira frisa ainda que o Ministério deixa de fora outras questões que “para os professores são sagradas”, dando como exemplo a contagem do tempo de serviço, que deixa arredados do topo de carreira mais de 70% dos professores com consequências para o salário atual e também na aposentação. Fala ainda nos horários de trabalho, nas doenças incapacitantes, com o Governo a recusar-se a rever o regime atual, frisando que estes continuas a ser temas fraturantes entre o Ministério e os professores.

Mário Nogueira garante que “a manterem-se esta situações a luta vai continuar”.

Responde também à crítica de fazer greve enquanto decorrem as negociações, afirmando que se assim não fosse o “ministério da educação já tinha imposto o que quer aos professores”.

“A greve é que está a levar a que o Ministério mantenha aberta a negociação, já fez com que em relação aos concursos tenha havido um ou outro avanço, que antes não tinha havido. No momento em que os professores pararem a greve, na atual situação em que nos encontramos, o Ministério da Educação impõe aquilo que quer, e o que quer é por o pé no pescoço dos professores”, vincou.

Mário Nogueira falava na Covilhã, junto à Rotunda do Operário, onde mais de meio milhar de professores se concentraram para mostrarem a sua indignação, gritando palavras de ordem como “respeito”, “os anos trabalhados não são para ser roubado”, “para haver renovação mais cedo a aposentação” e, entre muitas outras “não paramos”, garantiam a uma só voz.

Estas é a sexta greve, do conjunto dos 18 protestos distritais, os protestos começaram em Castelo Branco, no largo da Câmara Municipal. Cerca das 11:00 passou para a Covilhã, na Rotunda do Operário, aqui já com a presença de Mário Nogueira, Secretário-geral da FENPROF.