Assembleia Municipal da Covilhã reclama IC6, IC7 e IC37 até 2030

Para combater as “assimetrias territoriais entre Litoral e Interior que se têm agravado ano após ano”, o Grupo Municipal do PS na Assembleia Municipal da Covilhã avançou com uma moção em que reclama melhores acessibilidades para a Serra da Estrela, nomeadamente o IC6, IC7 e IC37. Um documento que, segundo foi anunciado, será também apresentado na Assembleia Municipal de Seia.

Na moção, que foi aprovada por unanimidade, frisa-se que o despovoamento do interior “é o principal problema do país, gerador de cada vez mais acentuadas desigualdades, desembocando até em catástrofes ‘naturais’ das quais é exemplo último o grande incêndio da Serra da Estrela, em agosto passado”, disse João Flores Casteleiro que apresentou a moção no período antes da ordem do dia.


Explicando que este é um assunto de coesão territorial, vinca que “urge tomar medidas que promovam o desenvolvimento dos territórios desfavorecidos, algumas delas constantes de planos nacionais com décadas e que ainda hoje as populações aguardam a sua execução, dos quais o IC6 é exemplo máximo”.

Destacando ainda que cidades como Oliveira do Hospital, Seia e Covilhã são “autênticos polos de desenvolvimento” desta zona do país, salienta que é preciso “criar sinergias entre elas” por forma a mitigar o problema do despovoamento, frisando que é preciso terminar com “obstáculos” que as separam, como a distância temporal entre elas.

“Entre Seia e Covilhã, por exemplo, a ligação rodoviária mais curta faz-se, imagine-se, pelo Alto da Torre, num desnível de 1.500m para cada lado da serra que não se cumpre em menos de 1 hora”, disse.

Neste âmbito, lembra que o IC6, que prevê ligar a Covilhã (A23) a Coimbra e que está incluído no Plano Rodoviário Nacional, tem 28,5km em funcionamento desde 2010, entre o Porto da Raiva e Tábua, tendo o governo já anunciado a intenção de concluir o troço em falta (cerca de 59km), começando pelo troço Tábua-Folhadosa (19km) que estará, segundo o governo, concluído em 2026 e que o IC7 e IC37”, também constantes do plano, nunca chegaram sequer a ser iniciados.

“Dada a urgência de colocar estas estradas ao serviço das populações” a moção aprovada reclama que os itinerários complementares em torno da Serra da Estrela (IC6, IC7 e IC37) estejam ao serviço em 2030, propondo que o Governo “elabore um plano temporal para a realização de cada um dos troços”.

Sugere que se avance para a “conclusão do IC6 com a maior brevidade possível, sugerindo que se divida o troço em falta do IC6, Folhadosa-Covilhã (40km), em dois troços: Folhadosa-Pedras Lavradas (17km) e Pedras Lavradas-Covilhã (23km), lançando primeiramente o troço Pedras Lavradas-Covilhã e posteriormente o troço Folhadosa-Pedras Lavradas, cumprindo a meta de 2030 para todo o IC6 se encontrar transitável”.

Uma moção que deve ser enviada ao Primeiro-Ministro, ao Ministro das Infraestruturas, à Ministra da Coesão Territorial, ao Presidente da Assembleia da República, aos grupos parlamentares da Assembleia da República, ao Presidente da República e às Infraestruturas de Portugal.