A Universidade da Beira Interior (UBI) assinala o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência com uma sessão que irá “apresentar o vasto contributo de docentes e investigadoras para o desenvolvimento científico, nos níveis nacional e internacional”.
O evento decorre ao longo de todo o dia de sexta-feira, dia 10, e conta com a participação da presidente da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Madalena Alves, que escolheu a UBI para as comemorações de “uma data simbólica, com a importância de chamar a atenção para uma realidade onde há ainda um longo caminho a percorrer”.
O Anfiteatro das Sessões Solenes recebe a iniciativa que contará, na sessão de abertura, às 09:30, com Mário Raposo, Reitor da UBI, Sílvia Socorro, Vice-Reitora para a área da Investigação, e Madalena Alves. Segue-se a Sessão Plenária com a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira.
O programa continua com a mesa-redonda “Mulheres-investigadoras na UBI”, às 10:15, intervindo cientistas da UBI de todas as faculdades, as quais são mentoras e colaboradoras no projeto Re-UNITA. De seguida, terá lugar a sessão intitulada “O poder da comunicação!”, com Ana Carvalho, da Associação Portuguesa de Mulheres Cientistas (AMONET).
A pausa para almoço inclui a Sessão de Posters “Mulheres estudantes de doutoramento na UBI”, às 12:30, a ter lugar na Faculdade de Engenharia, onde serão apresentados trabalhos de doutoramento em curso.
De tarde, os trabalhos prosseguem com a Sessão U*UNIGHT – Contribuições das Mulheres para a Ciência Cidadã, às 14:00, dando conta de dois projetos ligados à região, em que a UBI está envolvida.
A “Sessão Carreira: Mesa Redonda Oportunidades e Desafios para a Liderança de Ciência no Feminino”, conta com a presença de “mulheres ilustres de diversas universidades portuguesas e que se distinguiram pelo seu percurso de investigação e liderança”, nomeadamente Ana Paula Duarte, vice-presidente da Faculdade de Ciências da Saúde; Helena Pereira, professora catedrática aposentada da Universidade de Lisboa; Helena Machado, professora catedrática da Universidade do Minho; Isabel Ribeiro, professora catedrática aposentada do Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa; e Margarida Mano, vice-reitora da Universidade Católica Portuguesa. A mesa conta ainda com a presença de Rosa Bolea, vice-reitora para a investigação da Universidade de Zaragoza, Espanha.
A “Sessão UBIMedical: Mesa Redonda Mulheres na Inovação – o olhar das startups: problemas e desafios”, discutirá a triangulação mulheres cientistas, start-ups e inovação.
O encerramento acontece com a divulgação do projeto vencedor do Prémio Jovem Investigador UBI/Santander.
A comemoração do Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, promovido pela UBI, nomeadamente, pela vice-reitoria para a Investigação, consórcio UNITA e projetos U*NIGHT e Re-UNITA, inclui ainda um conjunto de atividades paralelas, que acontecem em simultâneo em vários locais da universidade e que se prolongam, algumas delas até ao mês de março.
Em nota de imprensa, destaca-se a “Exposição Internacional de Fotografia, Mulheres Matemáticas de todo o mundo”, e a “Exposição de Notícias, Mulheres Ubianas: de dentro para fora, da UBI no mundo!”.
O conjunto de eventos pretende “chamar a atenção para a participação das mulheres na ciência, num país onde o contributo das mesmas é inegável”.
“Portugal tem tido um desempenho superior ao da média europeia em vários aspetos. Por exemplo, temos a percentagem mais elevada de mulheres entre os doutorados em todas as áreas do conhecimento, com valores entre 36,8% e 69,5%, nas áreas de engenharia e saúde, respetivamente. De facto, há já muitos anos, e falamos de décadas, que o número de mulheres doutoradas e licenciadas em Portugal é superior ao dos homens”, salienta Sílvia Socorro, consciente do trabalho que há ainda a fazer.
“Apesar da performance demonstrada, continua a ser determinante investir no incentivo à formação em determinadas áreas, como por exemplo, as engenharias. Apesar de termos a percentagem mais elevada, é de apenas 36,8%”, sublinha a vice-reitora, acrescentando que “é igualmente crucial diminuir as desigualdades que persistem, nomeadamente, no acesso a cargos no topo das carreiras”.
Na UBI, e à semelhança de outras instituições nacionais e europeias, a percentagem de mulheres investigadoras ronda os 47%, e de professoras auxiliares 38%. Em termos de professores catedráticos, o valor é de 15%.