Parkurbis: Oposição e maioria na CMC não “veem” a mesma realidade

Os vereadores da oposição na Câmara Municipal da Covilhã e a maioria socialista “veem” duas realidades completamente distintas no Parque de Ciência e Tecnologia, Parkurbis. De um lado há elogios ao seu desempenho, afirmando que mantém a filosofia para a qual foi criado, do outro lado dizem que, para esse propósito, “morreu”.

As afirmações foram proferidas no final da reunião extraordinária do executivo, que decorreu esta manhã, para votar o equilíbrio de contas do Parkurbis, uma vez que os documentos referentes a esta matéria não chegaram, em tempo útil, aos vereadores da oposição, para a reunião de sexta-feira e o ponto foi reagendado.


Nas declarações aos jornalistas, o vereador Pedro Farromba (Juntos Fazemos Melhor), afirma que “enquanto Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, o Parkurbis morreu”, sendo apenas “um mero espaço de aluguer de escritórios que concorre com os privados”.

O vereador avança ainda que “é, também, um espaço de promoção imobiliária, porque com a venda de lotes, um deles sem destinatário final, serve, ainda, para alguma especulação imobiliária”.

Detalha que o Parkurbis, “desvirtuou completamente a génese da sua criação, ou seja, a promoção do investimento tecnológico, colaboração com a UBI e a promoção do espírito empreendedor para que os alunos da UBI ali criassem as suas empresas”, frisando que esta é “uma opção legitima dos seus acionistas”, mas que no entender da coligação “faria mais sentido, e era mais necessário à Covilhã, o que existia anteriormente”.

Acusações que levam Vítor Pereira, presidente da Câmara a afirmar que maioria e oposição “não veem a mesma cidade”

O autarca frisa que esta “é uma acusação injusta”, que se rebate, por exemplo, com a criação do ParkurbisLab, uma infraestrutura importante, criada em parceria com a UBI, com vista à transferência de conhecimento científico.

O presidente da Câmara sustenta, ainda, que o Parkurbis tem também “a preocupação de gerir o todo do Parque Industrial, nos domínios em que pode e deve ter intervenção, e disponibilizar a privados terremos que estejam disponíveis para a construção de unidades empresariais, servindo de interlocutor”.

Dá como exemplo de bom desempenho, o facto de ter atraído para junto do Parkurbis, “uma fábrica que é única no mundo”.

“São tão inoperantes e gerem as coisas de forma tão superficial que conseguem o feito de atrair para ali uma fábrica que é única no mundo e que tem 450 trabalhadores”, referindo-se à Mepisurfaces

O autarca detalha que o local onde está implementada a fábrica só permitia que fossem feitas construções amovíveis e foi a administração do Parkurbis que, para além de negociar os terrenos, conseguiu alterar os planos de pormenor e implementar ali “a bela fábrica da Mepisurfaces que só tem 450 trabalhadores, uma coisa insignificante para os vereadores da oposição”, ironizou.

Vítor Pereira sublinha que, quando chegou à câmara, em 2013, a fábrica tinha 20 trabalhadores, no Parque Industrial do Canhoso, o que “desmente também a afirmação constante da oposição da falta de estratégia da autarquia e que não se geram condições para criar emprego no concelho”.

No que respeita ao equilíbrio de contas do Parkurbis, com a abstenção da oposição, foi aprovada a transferência de 48 mil euros.

Pedro Farromba, justifica o voto com o facto de “os resultados operacionais melhorarem em comparação com anos anteriores, e ao facto de haver novos investimentos em 2019 que contribuem para que o resultado líquido continue negativo”.

O presidente da câmara relembra que a filosofia de Parque de Ciência e Tecnologia não é gerar lucro e sublinha que o serviço da divida, contraída para a construção dos edifícios, é significativo e tem muito peso nas contas.