Sindicato Têxtil denuncia situações de ameaças, chantagem e pressão psicológica sobre trabalhadores

Na região há situações que se configuram com “assédio moral”, denuncia o sindicato têxtil da Beira Baixa, relatando casos de pressões constantes sobre os trabalhadores, “com ameaças, chantagem e pressões psicológicas”.

“Casos que se têm vindo a acentuar”, afirma Marisa Tavares, presidente do sindicato, detalhando que “há conhecimento de situações inadmissíveis de atropelo aos direitos, ameaças e aplicação de processos disciplinares, chantagem e pressão psicológica, por parte das chefias e das cronometristas”, concluindo que se as empresas não tomarem medidas terão que “partir para a denuncia pública das situações” em concreto.


A sindicalista detalha que há empresas que afixam avisos com ameaças aos trabalhadores, o que “é inadmissível”, frisou. “Se querem receber trabalhem”, é um dos exemplos, diz.

Outro dos atropelos que se verifica na região diz respeito aos horários de trabalho, avançou ainda a dirigente sindical, dando o exemplo do Grupo Paulo de Oliveira, segundo afirma, “usa o trabalho suplementar de janeiro e dezembro, usa feriados e férias para esse fim”.

“É inadmissível que as empresas do grupo Paulo Oliveira usem o trabalho suplementar de janeiro a dezembro, utilizem sábados, feriados, domingos e até comprem férias aos trabalhadores como aconteceu no último Natal. Não é aceitável que haja trabalhadores a realizar 12 horas de trabalho por dia”, vincou.

Remata, ainda, que não sendo ilegal, é imoral que trabalhadores se reformam, continuem a trabalhar”, vincando que “se as empresas têm falta de mão de obra, devem valorizar os trabalhadores, aumentar os salários e deste forma terão jovens dispostos a ingressar no setor”.

Outra das situações inadmissíveis no setor é a não vinculação de trabalhadores quando acaba o contrato.

“As empresas referem constantemente que têm falta de mão de obra”, mas ao mesmo tempo “não renovam os contratos a prazo e mandam trabalhadores para o desemprego”, frisa.

São situações a que o Sindicato Têxtil da Beira Baixa está atento, disse Marisa Tavares, durante um encontro com os jornalistas, referindo ainda “castigos” a que alguns trabalhadores são sujeitos por participarem em plenários, como o facto de “não serem convocados para realizar trabalho suplementar, o que, face aos baixos salários, é sempre um extra para os trabalhadores”, explicou a sindicalista considerando todas estas situações “inaceitáveis”.

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